Aniversário de Campinas

Instituto Agronômico de Campinas: ícone histórico da cidade e patrimônio do povo brasileiro

12 de julho de 2020

Atualizado em julho de 2021

Por Sandra Racy

Fundado há 134 anos, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) é um dos mais importantes centros de pesquisa do Brasil na área, que valoriza e faz ciência para o mundo inteiro. A sua missão vai além do suntuoso prédio localizado na Av. Barão de Itapura, e que hoje, pelo intenso fluxo de trânsito no local, muitas vezes passa despercebido pelos campineiros e seus visitantes.

Foto: Carlos Bassan

A fundação do instituto de pesquisas de agricultura surgiu da necessidade de investir em melhorias para a cultura cafeeira e sua produção que era à época, no século XIX, a motriz econômica de Campinas e região. Para resolver os problemas da cafeicultura, houve, então, a iniciativa de fundar um instituto voltado para agronomia.

O IAC nasceu como Estação Agronômica de Campinas, criada em setembro de 1885, pelo então ministro da Agricultura, conselheiro Antônio da Silva Prado. Já em 1886, o então imperador D. Pedro II, considerado um amante das ciências e das artes, deu autorização para auxílio às escolas práticas de agricultura e fundação de uma Estação Agronômica na Lei nº 3314, de 16 de outubro que fixou a Despesa Geral do Império. D. Pedro II reconhece a importância da pesquisa para ampliar a pesquisa do café, que se tornou a base do crescimento econômico de Campinas.

Foi em 27 de junho de 1887 que o Instituto teve efetivada a sua fundação, pelo ministro da Agricultura Rodrigo Augusto da Silva, que escolheu o seu primeiro diretor geral, o cientista austríaco Dr. Franz Wilhem Dafert.

O instituto que começou com a pesquisa em café, rapidamente ampliou seu trabalho para outras culturas.

Podemos considerar que tal feito fez tanto sucesso que teve seus investimentos corroborados diante da demanda necessária advinda da agricultura, tanto que já em 1892, para solucionar problemas de várias áreas agronômicas, diversos pesquisadores foram contratados para as áreas de: Química Agrícola, Agricultura, Horticultura, Viticultura, Química Analítica, História Natural, Higiene, Indústria, Meteorologia e Economia Rural.

Já no século XX, o IAC obviamente passou por transformações, com investimentos que sempre dependeram de políticas públicas, e o trabalho dos cientistas foi se destacando não só no Brasil como em outros países do mundo. Assim foram sendo criadas as estações experimentais em várias cidades do Estado de São Paulo que, com seus experimentos tecnológicos, se tornaram verdadeiros centros de pesquisas na agronomia.

O Instituto Agronômico hoje e sua influência alimentar no nosso dia a dia

Hoje, o IAC hoje possui 137 pesquisadores científicos (90% doutores) e 293 funcionários de apoio à pesquisa, alocados em 13 Centros de Pesquisa (Centro de Ação Regional, Centro de Café, Centro de Cana, Centro de Citricultura, Centro de Ecofisiologia e Biofísica, Centro de Engenharia e Automação, Centro de Fitossanidade, Centro de Frutas, Centro de Horticultura, Centro de Grãos e Fibras, Centro de Recursos Genéticos Vegetais, Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais e Centro de Solos e Recursos Ambientais), distribuídos nas cidade de: Campinas, Capão Bonito, Cordeirópolis, Itararé, Jaú, Jundiaí, Mococa, Ribeirão Preto, Tatuí e Votuporanga.

Estes proporcionam estudos e experimentos em solo, agrometeorológicas, defensivos agrícolas dentre outros, não só para o Brasil mas atingem muitos outros países do mundo. Com variedades de maior resistência a doenças e maior produtividade, o IAC é um dos grandes responsáveis por o Brasil ter se tornado uma potência agrícola mundial, base fundamental de nossa segurança alimentar.

Possui 1.103 cultivares de 100 espécies, como também 450 toneladas de sementes de cultivares IAC de grãos e fibras transferidas ao setor de produção por ano, e 200 mil borbulhas cítricas transferidas ao setor por ano.

Em relação a trabalhadores, são 68 mil treinados em tecnologia de aplicação de agrotóxicos pelo Programa Aplique Bem, em parceria com a Arysta Life Science, em 22 Estados, 880 municípios, 600 pulverizadores avaliados.

Curiosidades sobre o IAC

Sabe aquele cafezinho nosso do dia a dia? Então, através do IAC, ele está presente em 90% das plantações do Brasil e 70% no mundo. Além do café podemos citar várias outras variedades que consumimos e que talvez por falta de informação ou de curiosidade, não sabemos que o berço de seu nascimento ou melhoria está no IAC. Parte do que se consome ou irá consumir na mesa dos brasileiros é derivado de variedades alimentares desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Muitas novidades são advindas deste polo tecnológico e científico, como o arroz negro, o pimentão amarelo, o palmito, que hoje tem seu tempo de cultivo mais rápido, a laranja de polpa vermelha, o feijão carioca, enfim, alimentos que consumidos quase que diariamente e que são frutos deste ícone da ciência que se mistura com a história da cidade de Campinas.

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