Aniversário de Campinas

Campinas se tornou metrópole em 2020

11 de julho de 2020

Campinas se tornou a primeira cidade brasileira sem ser uma capital de estado a ser classificada como uma metrópole pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 25 de junho de 2020. Essa condição se deu a partir da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic), com base em dados de 2018.

Segundo o IBGE, a nova classificação de Campinas ocorre devido a um elevado número de empresas e instituições públicas, atraindo contingentes populacionais muito significativos de outras cidades para acessarem bens e serviços, além de ser um polo tecnológico e logístico relevante, cortada por rodovias importantes (Anhanguera, Bandeirantes e Dom Pedro), pelo Aeroporto Internacional de Viracopos e com uma das principais universidades brasileiras – a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com a ascensão de Campinas, São Paulo se tornou a primeira unidade da federação a ter duas metrópoles.

A professora e pesquisadora Rosana Baeninger, do Núcleo de Pesquisas em População (Nepo), da Unicamp, explica que os critérios do IBGE estão relacionados à hierarquia urbana, identificando como as cidades se relacionam entre si, na busca de serviços e na sua dinâmica regional e com demais cidades.

Pela avaliação da pesquisadora Rosana Baeninger, outro fator pode ter influência sobre a nova condição. “Minha análise é que, como Campinas é uma região economicamente forte, aqui também passa a ocorrer, assim como nas outras metrópoles internacionais, a entrada de novos imigrantes internacionais neste século, mesclando imigrantes com ocupações em empresas transacionais, bem como imigrantes com menor nível educacional”, analisa.

A cidade de Campinas já se constituía como Região Metropolitana a partir da Lei Complementar Estadual n.870 de 19/06/2000, mas a nova classificação traz algumas mudanças, como explica a pesquisadora. “Do ponto de vista do Governo Federal, Campinas entra em uma nova classificação na rede urbana nacional. Do ponto de vista regional, desde meados dos anos 1980 a cidade já trazia características metropolitanas em relação à circulação de bens, serviços, dinâmica econômica e de população. Desde 2000 Campinas já se configura como metrópole no âmbito estadual, inclusive com a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas) para orientar o desenvolvimento regional”, afirma.

Essa condição tem significado para o crescimento futuro da cidade. “Com a classificação do IBGE, órgão do Governo Federal, Campinas na condição metropolitana poderá ter acesso a programas federais de infraestrutura, que muitas vezes são apenas para estas configurações metropolitanas. Por ser uma região com a presença de um polo de tecnologia e inovação, certamente Campinas ampliará suas conexões em âmbito nacional com outras cidades, bem como com o Mercosul”, argumenta a pesquisadora

Foto – crédito: Marcos Souto

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