Mais uma vez o Subsolo – Laboratório de Arte traz para a cena cultural de Campinas artistas do exterior, de São Paulo e da própria cidade. Desde sábado, dia 22 de junho, o espaço apresenta ao público as exposições “Between a wisper and cry”, de Alberta Whittle, e “Cacos e memória”, de Márcia Gadioli, sob a curadoria do produtor cultural Danilo Garcia. Além dessas mostras, como resultado do curso que tratou do feminismo e do feminino na arte, ministrado pelo curador de crítico de arte Arte Andrés I. M. Hernández, a exposição “Mulheres & Arte & Mulher: radicalidade como pretexto?” também será aberta.
A artista visual, pesquisadora e curadora Alberta Whittle, nascida em Barbados e residente em Glasgow, no Reino Unido, traz para Campinas uma obra em vídeo que traduzindo quer dizer “Entre sussurros e gritos”. Whittle, influenciada pela morte de Cristina Sharpe e pelo poeta barbadense, destaca, de maneira poética, questões de ecologia, sobrevivência, violência colonial e o poder coletivo da cura. No vídeo estão um ritual religioso coletivo, imagens da artista em um barco no mar, uma mulher dançando, a paisagem e uma previsão do tempo. O trabalho é uma reflexão multifacetada sobre questões de sobrevivência, resistência à ‘zumbificação’ e as possibilidades de curar as feridas dos traumas históricos e a violência infligida ontem como hoje aos africanos e afrodescendentes.
Márcia Gadioli é uma artista visual formada pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, que desenvolve pesquisa sobre memória e a passagem do tempo representados nas alterações urbanas. Ela é também uma das coordenadoras da Casa Contemporânea, localizada em São Paulo, espaço idealizado com a proposta de juntar galeria, ateliê livre, exposições, discussões e reflexões sobre arte contemporânea e temas correlatos.
Exposição coletiva: “Mulheres & Arte & Mulher: radicalidade como pretexto?”
A mostra “Mulheres & Arte & Mulher: radicalidade como pretexto?” é composta por obras de arte de Adriana da Conceição, Angela Kleiman, Angie Niño, Antiopy Lyroudias, Inês Fernandes, Regina Rocha Pitta, Renata von Zuben e Sílvia Lima que se utilizam da aquarela, colagem, desenho, fotografia, gravura, instalação, pintura e vídeo para expor suas visões e interpretações sobre a arte, seu mundo interior e o exterior. A exposição faz parte da finalização do curso em que foram discutidos textos que apontam a atuação das mulheres no universo na arte e na filosofia, não como objeto, mas como sujeito.
Com isso, Adriana da Conceição apresenta em “Entre acessos” um vídeo e croquis de desenhos que nos fazem pensar sobre os diversos nós feitos e desfeitos na vida, nos acessos e na restrição a eles. Angela Kleman com sua instalação com objeto inusitados, subverte o condicionamento social da mulher de servir como nutriz do outro. Angie Niño busca nas vozes das pessoas que entrevistou, “interpretar” memórias (delas) de lugares por onde já passaram. Como ela explica, “é assim que se refletirá a memória, reagrupando os rascunhos de cada lugar que estamos ou passamos, como maneira de conhecimento para possibilitar nossa união e a relação como indivíduos dentro de um espaço, época e sociedade”. E então a artista desenha, pinta e fotografa essas memórias do outro que se fundem com as dela.
Antiopy Lyroudias elegeu a aquarela para oferece cenas do cotidiano de registrou cidades da Índia por onde passou com suas cores e traços delicados em nanquim. A artista mostra uma leitura apurada dos lugares com uma memória poética. A obra fotográfica de Inês Fernandes em “Série Para todos”, nos apresenta uma multiplicidade de discursos recorrentes da análise da imagem em particular. Como propõe Hernández, uma “’confusão’ interpretativa e contextual que provoca ao sugerir uma foto performance, uma instalação, uma pintura, uma escultura… se expandem até chegar a nós para, daí, partir até um infinito imaginado”.
Uma fotografia, um pedaço de madeira e pregos, assim Regina Rocha Pitta tenta refletir sobre o seu momento no mundo atual. Já Renata von Zuben partiu da ideia de fundir colagens com imagens gráficas de obras de artistas brasileiros de tendências geométricas e abstratas, utilizando um livro já existente. Os elementos introduzidos com as colagens tiveram a intensão de reconstruir e reorganizar as reproduções impressas, de modo a provocar reflexões visando um novo contexto. Sílvia Lima apresenta uma obra de arte de entalhe no topo de tocos de madeira, a chamada matriz de gravura. Partindo de pesquisas sobre o corpo humano, a artista criou os desenhos sob sua perspectiva, e transferiu para a madeira em um trabalho de baixo relevo, que se transforma em matriz para gravura.
Exposições: “Between a wisper and cry”, “Cacos e memória” e “Mulheres & Arte & Mulher: radicalidade”
Local: Subsolo – Laboratório de Arte. Rua Proença, 1000, Jardim Proença – Campinas
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com agendamento pelos telefones (11) 94965-5722 e (11) 98259-0966
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