Foto - crédito: Amanda Trindade / divulgação
O Grupo Dançaberta, com 25 anos dedicados à pesquisa e criação em dança, está em cartaz em Campinas com o espetáculo “Maré”, nos dias 1º e 2 de novembro. As apresentações ocorrem às 19h na sede do grupo em Barão Geraldo e contam com entrada gratuita. Com direção geral de Julia Ziviani e direção artística de Verônica Fabrini, a montagem promete uma jornada íntima de autoconhecimento e contemplação.
A obra é concebida no formato de suíte e com temperamento simbolista, destacando a força dos ciclos e das marés no gestual de três mulheres. Segundo a diretora Julia Ziviani, o trabalho joga com o tempo e os elementos, explorando o entorno com delicadeza e refletindo o feminino, “sempre prontas a desvelar o desconhecido”.
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Inspirado no livro “Presente do Mar”, de Anne Morrow Lindbergh (1991), o espetáculo nasceu de pequenos flashes poéticos, entrelaçados à imagem de uma mulher em recolhimento. Na obra literária, a autora se encontra sozinha em uma ilha, refletindo sobre as fases da vida feminina guiada pela observação sensível de conchas recolhidas, às quais atribui nomes simbólicos que representam momentos ou sentimentos específicos.
É através dessa contemplação sutil e delicada que “Maré” convida o público a uma escuta do essencial. O trabalho segue a linha de pesquisa do Grupo Dançaberta, que coloca os artistas em contato com maneiras inesperadas de movimento, arriscando, nesta nova criação, uma dramaturgia de movimento narrativa em contraponto à exploração gestual dos estados interiores, sensações e atmosferas.
Ziviani ressalta que a concepção da obra passa pela discussão e relação entre técnica e habilidades corporais. A individualidade técnica e expressiva de cada intérprete é um elemento que enriquece e influencia a dinâmica do grupo e o resultado cênico, pontua a artista que está à frente do Dançaberta desde sua criação. O projeto foi contemplado pelo ProAC 23/2024 e é realizado pelo Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.
Julia Ziviani é professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Unicamp e diretora do grupo de pesquisa em dança e educação somática Dançaberta, onde concebe, dirige e realiza criações. Ela iniciou seus estudos em Belo Horizonte, dançando em São Paulo com o Ballet Stagium. Atuou também como bailarina, assistente de coreografia e diretora artística do Balé da Cidade de São Paulo, além de ter realizado trabalhos na Itália. Julia é bacharel e mestre pela New York University (EUA), doutora pela Faculdade de Educação da Unicamp (2004), com pós-doutorado na University of Colorado at Boulder (EUA). Sua pesquisa explora a interface entre abordagens somáticas, interpretação e criação nas artes da cena.
Verônica Fabrini, diretora artística do espetáculo, é atriz e encenadora. Especialista em dança, possui mestrado em encenação (Unicamp), doutorado em encenação/dramaturgia (USP) e pós-doutorado em Teatro e Filosofia (Universidade de Lisboa). Seu campo de investigação é o fenômeno cênico e as ciências do imaginário. Foi diretora artística por 25 anos da Boa Companhia, com a qual excursionou nacional e internacionalmente, atuando principalmente nos temas de atuação, performance, dança, teatro gestual, dramaturgia de imagem e estudos do imaginário.
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