
Cartografia Capital
Com obras de seis artistas, a exposição “Cartografia das Cascas e do Pólen”, realizada pela Galeria Cascas no espaço Rabeca Cultural, em Sousas, será aberta na sexta-feira, dia 14 de novembro de 2025, a partir das 19h, com um coquetel aos visitantes. A mostra reúne trabalhos de Sheila Kruger, Lygia Eluf, Márcio Di Pierro, Raquel Martins, Daniele Vlasta e Raul Cecilio, em uma reflexão poética sobre a passagem do tempo, a memória e o futuro. A entrada é gratuita.
A exposição propõe uma cartografia que não apenas localiza, mas também indica direções. O conceito central compara a arte da composição de mapas com o significado das cascas e do pólen: as cascas, duras e rígidas, registram o passado e o crescimento da árvore, enquanto o pólen, que se propaga, aponta para a fecundação e perpetuação da espécie, simbolizando o futuro.
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“Cartografia das Cascas e do Pólen” busca no passado de cada artista referências que os formaram e os constituem no presente, ao mesmo tempo que desnuda suas expectativas e propósitos futuros, reais ou imaginados. A exposição compartilha com o espectador aquilo que é essencial e nos aproxima.
As colagens e assemblagens de Sheila Kruger contêm camadas de emoções das quais, muitas vezes, não temos consciência. No entanto, ao olharmos para elas com atenção, vem-nos a certeza de que ali algo nos pertence. De alguma forma a artista consegue identificar o que há de universal na alma de cada um, e com delicadeza nos emociona.

Construções ortogonais – cores primárias
As colagens de Lygia Eluf trazem memórias de um período de expectativas e sonhos lúdicos, quando a vida nos concedia promessas. Na harmonia entre pequenas figuras geométricas e cores vibrantes identifica-se uma pesquisa intensa que visa a um equilíbrio entre o que ansiamos eternamente e o que jamais devemos abrir mão.
Em suas colagens, Márcio Di Pierro evoca a passagem do tempo através de imagens que são registros de processos de envelhecimento sobre superfícies de madeira e metal. As suas intervenções nos dizem que, mesmo sobre o que aparentemente já se cristalizou, o novo pode ser construído – e assim tudo se refaz.
Raquel Martins traz a vida renascendo por meios de obstinados ciclos – magnitudes de tempo, etapas, períodos, vínculos peculiares. Não seria possível “ser” sem atravessá-los: eles determinam identidade e consciência, e entregam o futuro com tudo o que nele há de surpreendente.
Daniele Vlasta, em seus vilarejos, conta sobre um tempo que passa lentamente e caminha em direção ao infinito das possibilidades. Nele, mobiliza e leva todas as experiências possíveis e imagináveis.
Os pequenos desenhos de Raul Cecilio resgatam indeléveis emoções, sutilmente pressentidas dentro de cada um de nós. Algo entre a saudade e o sonho, mas sempre e eternamente agradáveis.
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