Foto - crédito: SEC-Unicamp, divulgação
O documentário “Nãsêpôtiti, rio, terra e luta Panará”, uma coprodução da Associação Iakiô e da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp (SEC), fará sua estreia em 26 de novembro, às 19h, no Auditório Inés Joekes, do Instituto de Química da Unicamp. A produção mergulha na história de contato do povo Panará com o “homem branco”, a remoção forçada para o Parque Indígena do Xingu, e as preocupantes investigações sobre a contaminação da principal veia hídrica do povo, o rio Iriri. A entrada é gratuita.
O filme atende ao desejo de uma das principais lideranças do povo, o ancião Akââ Panará, que buscou alertar as autoridades sobre as ameaças crescentes que pairam sobre o rio, o território e seu povo. A estreia na Unicamp marca o início de uma agenda de apresentações gratuitas em diversos locais de Campinas, levando a história e a luta Panará ao público.
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A terra indígena Panará, homologada em 2001, está localizada na Amazônia Legal, abrangendo partes do Mato Grosso e Pará. Com uma população de cerca de 700 habitantes, o povo é representado pela Associação Iakiô, fundada na década de 1990 para lidar com as consequências da construção da BR-163 (Rodovia Cuiabá-Santarém), que culminou no primeiro contato com os não indígenas e na morte de centenas de Panará.
O documentário traz registros da história oral do povo, cumprindo o desejo de Akââ e integrando o projeto de pesquisa coordenado pela professora Cassiana Montagner, do Instituto de Química da Unicamp. Desde 2023, o projeto avalia a segurança hídrica da bacia do rio Iriri, contando com a participação de alunos de pós-graduação e bolsistas Panará.
A equipe de reportagem da SEC – composta pelas repórteres Hebe Rios e Bruna Mozer, e o repórter cinematográfico Marcos Botelho Jr. – esteve na Terra Indígena Panará em agosto e setembro de 2024 para a realização do documentário e de uma série de reportagens multimídia. O filme foi dirigido pela jornalista Hebe Rios, que também assina o roteiro e a edição de texto, com o apoio de Pasyma Panará, ex-presidente da Associação Iakiô.
Os mais velhos (tapuntun e tuatun) do povo Panará guardam a memória do território antes da tomada de suas terras pela política desenvolvimentista do governo militar. A abertura da BR-163, nos anos 70, não só cortou a terra indígena, mas também expulsou moradores, provocou mortes e abriu caminho para a exploração descontrolada por meio do garimpo e do agronegócio. De uma população inicial de cerca de 800 indígenas, restaram aproximadamente 70.
Atualmente, o território Panará enfrenta ameaças constantes devido à proximidade com grandes fazendas e o uso intensivo de agrotóxicos. O carreamento desses produtos para o rio Iriri pode causar a mortandade de peixes e outras consequências graves para a vida do povo, com registros recentes de incidentes em 2003, 2017 e junho de 2025. As mudanças climáticas também têm impactado o regime de chuvas, afetando a produção das roças e o sustento das aldeias que dependem exclusivamente dos recursos naturais da terra indígena.
O trabalho de edição de imagens do documentário foi conduzido por Kleber Casabllanca, com finalização de Diohny C. Andrade e supervisão de Patrícia Lauretti, coordenadora de audiovisual da SEC.
26/11 – 19 H – Instituto de Química – Unicamp | Auditório Inés Joekes – Rua Josué de Castro, s/n – Cidade Universitária
27/11 – 19 H – Espaço Cultural Casa do Lago | Av. Érico Veríssimo, 1011 – Cidade Universitária
03/12 – 19H – ADUnicamp | Av. Érico Veríssimo, 1479 – Cidade Universitária
04/12 – 19 H – Pavão Cultural | Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708 – Cidade Universitária
11/12 – 19 H – Museu da Cidade | Av. Dr. Heitor Penteado, 2145 – Parque Taquaral, Campinas
14/12 – 19H30 – Museu da Imagem e do Som de Campinas (MIS) | Rua Regente Feijó, 859 – Centro, Campinas
18/12 – 19 H – Casa de Cultura Aquarela | R. Antônio Carlos Neves, 338 – Chácaras Campos Elíseos
Confira o teaser do documentário:
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