A 11° edição da Bienal Sesc de Dança vai movimentar Campinas entre os dias 12 a 22 de setembro com uma extensa programação que inclui mais de 50 ações cênicas, entre espetáculos, instalações e performances, de oito estados brasileiros e 12 países.
As atividades serão distribuídas entre espaços do Sesc Campinas e outros aparelhos culturais da cidade, como o Teatro Castro Mendes, o CIS-Guanabara, a Casa do Lago (na Unicamp), a Estação Cultura, o Museu da Cidade, o Centro de Convivência e a Casa de Vidro, além de outros espaços públicos como a Praça Carlos Gomes, a Praça Rui Barbosa, o Largo do Rosário e o Terminal Rodoviário.
Abertura
“Avós Dançantes” [Dancing Grandmothers] / Eun-Me Ahn (Coreia do Sul)
Tudo começou quando Eun-Me Ahn viu a própria mãe dançando na cozinha e percebeu que sua dança e seu corpo refletiam a sua história pessoal e uma página da história de seu país. “A sociedade coreana é um pouco conservadora e o papel das mulheres dessa geração era principalmente cuidar da casa, fazer alguns bebês e criá-los. E essa geração é bastante excepcional quando você pensa em todas as mudanças que as pessoas viveram, como sobreviver à guerra da Coreia, experienciar a ditadura e ver a chegada da democracia”, diz a artista, conhecida como a “Pina Bausch de Seul”. Querendo manter um registro das mulheres dessa geração, Eun-Me Ahn partiu pela estrada com seus bailarinos e algumas câmeras e pediu para senhoras coreanas dançarem. Impressionada com a beleza e a felicidade delas, a coreógrafa utilizou essas imagens gravadas como ponto de partida para a criação do espetáculo, que propõe uma viagem através do tempo e de movimentos que se transformam em uma espécie transe coletivo. “Elas têm algo natural em sua movimentação e em seu ritmo, às vezes melhores do que os de profissionais. Uma coisa muito especial acontece quando elas estão dançando, porque por um momento em muito tempo elas podem sentir algo bem importante: liberdade”, diz.
Dia 12, quinta-feira, às 20h | dia 13, sexta-feira, às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 90 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso: R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Canto dos Malditos”| Marcos Abranches (Brasil, SP)
A solidão, o fracasso e a tristeza são pontos de partida em Canto dos Malditos, solo de dança contemporânea concebido e performado por Marcos Abranches. Como um desabafo, Abranches traz para a cena conflitos e questões do homem na contemporaneidade, a inconsistência e a precariedade das suas próprias relações. O espetáculo tem como inspiração o livro homônimo escrito por Austregésilo Carrano Bueno (1957-2008). A narrativa autobiográfica do autor deu origem ao filme “Bicho de Sete Cabeças” (2000), dirigido por Laís Bodanzky. Nela, Carrano relata as atrocidades que viveu durante os três anos que passou num manicômio e denuncia o triste quadro dos hospitais e pacientes psiquiátricos no Brasil.
Dia 13, sexta-feira às 20h | dia 14, sábado, às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 45 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Fim” | Grupo VÃO (Brasil, SP)
Estar junto e estar só, a solidão e a coletividade. É sobre a coexistência desses aspectos que o Grupo VÃO se debruça em “Fim”, oitavo e mais recente trabalho do coletivo paulistano. Esta coreografia propõe uma experiência imersiva em que o público habita um longo período de escuridão junto das artistas que dançam de olhos fechados. O escuro, enquanto condição e interesse, promove novas possibilidades de conexão, percepção de si, do outro e do espaço. A experiência sensorial e imagética do trabalho se dá com a trilha sonora, a iluminação, os elementos em cena e o movimento corporal que surgem como camadas não hierarquizadas entre si. O corpo não é necessariamente o protagonista, mas um componente desta paisagem que vai se construindo ao longo da peça.
Dia 13, sexta-feira às 20h | dia 14, sábado, às 20h| Ginásio Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Ilha Feliz” [“Happy Island”] | La Ribot – Dançando com a Diferença (Suíça/Portugal)
ESTREIA
Kitsch, mitológico, sexual, cabarético e geométrico. Assim é Happy Island (Ilha Feliz), espetáculo que nasce de um convite do diretor Henrique Amoedo e seu grupo, o Dançando com a Diferença, companhia de dança inclusiva profissional sediada na Ilha da Madeira, em Portugal, à coreógrafa espanhola La Ribot, que reside em Genebra. O encontro entre esses artistas originou uma montagem de dança contemporânea que fala dos desejos mais íntimos, dos sonhos e da beleza dos intérpretes. Além das singularidades dos bailarinos, a coreografia também tem como elemento fundamental a própria Ilha da Madeira, presente em cena por meio do filme da cineasta Raquel Freire. É nela que as figuras de “Happy Island” (“Ilha Feliz”) estão numa grande catarse orgíaca de libertação individual. A peça cria um ambiente onde a fantasia e o real se aproximam e convida o público a olhar mais atentamente para a verdade e a capacidade de transformação de cada um.
Dia 14, sábado às 20h30 | dia 15, domingo, às 18h| Teatro Castro Mandes | Duração: 70 minutos | Classificação etária: 12 anos
Ingresso: R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Strip tempo – Stripteases Contemporâneos – Volume 1 e 2” | Jorge Alencar (Brasil, BA)
ESTREIA
Misto de composição e curadoria, “Strip Tempo – Stripteases Contemporâneos – Volumes 1 e 2” acessa zonas nem sempre visíveis dos trabalhos e corpos de cada um dos dez artistas participantes do espetáculo dirigido pelo coreógrafo e encenador baiano Jorge Alencar. Tomando como principal matéria de criação obras produzidas pelos bailarinos ao longo dos últimos anos, a peça revela um resumo estético e erótico do trajeto desses performers da Bahia. Cenas, figurinos, trilhas sonoras, pesquisas de movimento e outros componentes foram revisitados para a elaboração de dez solos apresentados em dois volumes.Alencar associa dança e memória de universos singulares em uma montagem que trabalha com linguagens do cabaré, do burlesco e da arte drag.
Dia 14, sábado às 21h30 (volume 1) | dia 15, domingo, às 20h30 (volume 2)| Galpão Sesc Campinas | Duração: 75 minutos | Classificação etária: 18 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Trrr” | Thiago Granato (Alemanha / Brasil)
Uma espécie de futuro arcaico está presente em “Trrr”, solo concebido e performado por Thiago Granato. Com o espetáculo, o artista encerra o projeto “Coreoversações”, trilogia produzida a partir de uma pesquisa desenvolvida com diferentes colaborações imaginárias entre coreógrafos que “conversam entre eles” usando o corpo do performer como meio de comunicação.
Dia 17, terça-feira às 18h e 21h30 | Ginásio Sesc Campinas | Duração: 55 minutos | Classificação etária: 18 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Só” | Denise Stutz (Brasil, SP)
Uma mulher se prepara para sua última apresentação no teatro. A partir dessa ficção, Denise Stutz une no monólogo “Só” palavra e movimento para dar ritmo ao corpo. Utilizando aspectos da dança e do teatro, a artista tem como interesse as maneiras de construir narrativas. A ideia era convidar o público a refletir sobre a passagem do tempo e a velhice, entre outras questões. Na narrativa, as fronteiras do teatro precisam ser borradas para que essa história se transforme em outra. Ao espectador fica o encargo de dar continuidade à existência da artista ou de decidir pelo seu desaparecimento.
Dia 17, terça-feira, às 20h | dia 18, quarta-feira, às 20h | Teatro Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Daimón” | Luis Garay (Colômbia / Argentina)
Concebido pelo artista colombiano Luis Garay, “Daimón” é performado e cocriado pela atleta argentina Maia Chigioni. Eles investigam, por meio da experiência física, territórios de transição entre natural e cultural, humano e não humano, orgânico e inorgânico. Quando algo aprendido se torna natural e o natural se evidencia como construído? Eles se perguntam o que significa o movimento para os corpos inscritos em um contexto em que a lógica do trabalho traz condicionamentos dados pelo treinamento e a disciplina. O solo, porém, não é um posicionamento moral ou ideológico. Ataques e defesas, ações presentes nas práticas esportivas, também podem criar, paradoxalmente, uma dança de resistência.
Dia 17, terça-feira, às 20h | dia 18, quarta-feira, às 20h | CIS – Guanabara – Armazém Sala Preta | Duração: 65 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica” | Luciana Lara – Anti Status Quo Companhia de Dança (Brasil, DF)
O espetáculo da Anti Status Quo Companhia de Dança é um convite para participar de uma experiência que reflete sobre a condição urbana humana da perspectiva do corpo. Dirigido pela coreógrafa Luciana Lara, “De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica” trabalha na fronteira entre performance art, intervenção urbana, artes visuais, dança contemporânea e experimentos sociais.
Dia 18, quarta-feira, às 17h | dia 19, quinta-feira, às 17h |Casa do Lago (Unicamp) | Duração: 140 minutos | Classificação etária: 18 anos
Ingresso: Grátis – Retirada de ingresso limitados no local em cada dia a partir das 15h.
“Z” | Alejandro Ahmed (Brasil, SC)
‘Z’ é uma pesquisa e criação em dança com direção e performance de Alejandro Ahmed. A obra músico-coreográfica é desenvolvida na imbricação entre corpo, coreografia e composição generativa, que é um modo de criar estruturado, entre outros aspectos, na causalidade e na coautoria entre ambiente e corpo. No solo, o performer utiliza uma guitarra para guiar um labirinto melódico, cinético e ritual.Neste percurso, o instrumento opera como objeto, corpo estendido e signo que evoca voz, respiração, forma e palavra sem memória, como uma incorporação de alteridade.
Dia 18, quarta-feira, às 18h30 | dia 19, quinta-feira, às 18h30 |CIS – Guanabara – Armazém Sala Preta| Duração: 60 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso:R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Ato 3 / Arrasar / Trilogia Antropofágica” [Acto 3 / Avassalar / Trilogía Antropofágica] | Tamara Cubas – Cia. Perro Rabioso (Uruguai)
ESTREIA
Em espetáculo de sua Trilogia Antropofágica, a uruguaia Tamara Cubas digere Pororoca, obra corográfica de Lia Rodrigues, para investigar o ato de modificação pelo outro. O projeto, do qual o espetáculo “Acto 3 – Avasallar” faz parte, transforma o ritual antropofágico dos índios Tupi, que comiam seus inimigos capturados, em metodologia de trabalho. Para criar cada uma das peças, a artista se alimentou de três obras coreográficas brasileiras. Cubas “come” esses materiais não por se tratarem de antagonistas, mas sim pelo desejo de se deixar atravessar e modificar por eles. Assim, Vestígios, de Marta Soares, foi digerido em Acto 1 – Permanecer; Matadouro, de Marcelo Evelin, em Acto 2 – Resistir; e Pororoca, de Lia Rodrigues, em Acto 3 – Avasallar. Rodrigues trabalha com o conceito de pororoca, encontro violento provocado pelo confronto das águas dos rios com as águas do mar: é arrastão, mistura, choque e invasão. Em Acto 3 – Avasallar, os estados de emergência e de resistência persistem na ontologia do ser coletivo.
Dia 18, quarta-feira, às 20h30 | dia 19, quinta-feira, às 20h30 | Teatro Castro Mendes | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingresso:R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Corpos Elétricos” [Every Body Electric] | Doris Uhlich (Áustria)
ESTREIA
Pessoas com deficiências físicas exploram as possibilidades de suas disformidades em Every Body Electric (Corpos Elétricos), espetáculo da coreógrafa austríaca Doris Uhlich. Os bailarinos pesquisam seus próprios fluxos, batidas e dinâmicas, transformando seus corpos numa espécie de combustível endógeno. Uhlich trabalha com o conceito de ícones energéticos, no qual movimentos individuais são guiados pelo prazer e pela busca de recursos de energia. A coreografia é criada por movimentos repetitivos que carregam energeticamente o corpo durante cada sequência. A performance também investiga as possibilidades que se abrem quando máquinas, como cadeiras de rodas e muletas, são consideradas extensões do corpo.
Dia 18, quarta-feira, às 21h30 | dia 19, quinta-feira, às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso:R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Sismos e Volts” | Leandro Souza (Brasil, SP)
Observando sua trajetória na dança, o bailarino Leandro Souza encontrou três movimentos recorrentes, mas que não haviam recebido uma atenção apropriada: tremores, desequilíbrios e giros. Pensando em aprofundar a investigação sobre eles, o artista criou o solo Sismos e Volts.
Dia 19, quinta-feira, às 19h | dia 20 sexta-feira, às 19h | Sala de Múltiplo Uso 2 do Sesc Campinas | Duração: 30 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“A Invenção da Maldade” | Marcelo Evelin – Demolition Incorporada (Brasil, PI)
As fogueiras existem há 400 mil anos. Essa informação marcou a criação de A Invenção da Maldade, peça do bailarino e coreógrafo Marcelo Evelin. Nela, sete performers vindos de diferentes formações artísticas e de partes do mundo convidam o público para voltar no tempo e se reunir ao redor de fogueiras. Com galhos e troncos de madeira e uma instalação sonora de sinos, os performers dançam nus em uma espécie de ritual contemporâneo. Despidos de qualquer erotização, teatralização e disfarce, eles abordam um processo de desumanização.
Dia 19, quinta-feira, às 20h30 | dia 20 sexta-feira, às 20h30 | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 70 minutos | Classificação etária: 18 anos
Ingresso: R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Deixa Arder” | Marcela Levi e Lucía Russo (Brasil / Argentina)
Criado pelas coreógrafas e diretoras Marcela Levi e Lucía Russo, o solo Deixa Arder é uma dança de invasão performada por Tamires Costa. Cruzando manifestações como o passinho, o pop, o burlesco e o grotesco, as artistas pensam e praticam o corpo como algo vivo e indefinido que, por estar exposto ao mundo, é invadido e contaminado. Numa relação de proximidade com os espectadores, a bailarina Tamires Costa faz uma dança furiosamente bem-humorada que dialoga com a linguagem do stand-up, do show off e do music hall.
Dia 20, sexta-feira, às 20h | dia 21, sábado, às 20h30 | CIS Guanabara – Armazém Sala Preta| Duração: 40 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Bando: Dança que Ninguém Quer Ver” | Alexandre Américo – Giradança (Brasil, RN)
“Em Bando – Dança que Ninguém Quer Ver”, a companhia Giradança expõe situações que o grupo vive ou vivenciou em seus mais de dez anos de existência. Entre elas está a invisibilidade dos corpos de seus bailarinos, tidos como diferentes daqueles geralmente vistos em obras de arte. A coreografia foi criada a partir de elementos trazidos pelos performers. Por meio de improvisos, eixo da linguagem da peça, cada um deles assina sua própria existência em relação ao bando que habita.
Dia 20, sexta-feira, às 21h30 | dia 21, sábado, às 21h30 | Espaço Arena do Sesc Campinas | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingresso:R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Eu Sou uma Fruta Gogoia, em Tendência Não Binária” | Thelma Bonavita (Brasil/Alemanha)
ESTREIA
A artista Thelma Bonavita remonta o espetáculo “Eu sou uma fruta gogoia” em três tendências após dez anos de sua criação. O processo de remontagem, que originou “Eu Sou uma Fruta Gogoia, em Tendência Não Binária” propõe pensar o que considera os três eixos principais do fazer artístico da dança contemporânea: transmissão, memória e modos de criação. A peça, contemplada pelo programa Rumos Itaú Cultural em 2009, trata dos efeitos e ecos do tropicalismo e do uso de linguagem cifrada como estratégia de burlar a censura durante os anos 1970 no Brasil, o qual passava pelo chamado “anos de chumbo”. Além de evidenciar a presença do legado da antropofagia de Mário de Andrade, canibalizando tanto a música “Fruta Gogoia” como Gal Costa, que foi um sex symbol no mesmo período. Nesta nova versão, o espetáculo tem o jovem artista Pedro Galiza como convidado. “A escolha de um performer não binário aprofunda a discussão do aspecto queer e feminista da primeira versão da peça. Decorrente tanto do novo contexto quanto do novo performer, existem alterações em sua fiscalidade e visualidade: essa ‘gogoia’ é gótica e não binária”, diz Bonavita. A maior parte processo de remontagem se deu pela internet, por meio de trocas via Google Docs e mensagens de áudio e vídeo no WhatsApp. A obra se estruturou através de análises do cenário atual brasileiro, da biografia do artista convidado e se baseia em uma partitura triádica: tendência a flutuar, tendência transitiva e tendência mutante.
Dia 21, sábado, às 18h30 | dia 22, domingo, às 18h30 | CIS Guanabara – Armazém Sala Preta | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 12 anos | Ingresso:R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Peso Bruto” | Jussara Blechior (Brasil, SC)
“Sou e sempre fui uma bailarina gorda, mas isso sempre foi um pouco incomum. O corpo gordo na dança é um corpo, geralmente, desautorizado a dançar, como se ele fosse incapaz de se mover”, expõe a bailarina Jussara Belchior. Foi a partir da urgência de falar sobre esse assunto que a paulistana radicada em Florianópolis criou o solo Peso Bruto, com o qual circula desde 2017. Provocando noções preconceituosas de que o corpo gordo é feio, indesejável, doente e preguiçoso, Belchior coloca em choque esses estigmas e propõe uma reflexão sobre as concepções que excluem os corpos gordos do convívio em sociedade. O espetáculo é um trabalho de pesquisa em dança contemporânea que se dá entre imagem e movimento. A artista expõe seu corpo, com suas dobras e banhas, e se movimenta de modo a ocupar o espaço e se relacionar com os objetos de cena e com a sua própria carne que balança. Ela articula diálogos entre o peso, o desejo, o apetite e a beleza, colocando em contraposição o controle e a brutalidade.
Dia 21, sábado, às 19h | dia 22, domingo, às 19h | Sala de Múltiplo Uso 2 do Sesc Campinas | Duração: 35 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“A Boba” | Wagner Schwartz (Brasil / França)
Nesta performance, o artista Wagner Schwartz constrói uma relação entre seu corpo e o quadro “A Boba”, de Anita Malfatti para criar sua performance homônima. A pintura elaborada entre 1915 e 1916, ao longo da estadia de Malfatti nos Estados Unidos, é umas das criações mais contundentes do modernismo brasileiro, como também o clímax de sua produção expressionista. Ao se deparar com a tela, Schwartz percebe as cores da bandeira brasileira, como também a cor vermelho – mancha que dá à pintura uma impressão de vida e morte, de risco. Em todos os elementos cênicos da performance é possível, também, discutir a questão do peso: o homem, o quadro, a história. Em cena, Schwartz retira o quadro da parede. O peso da tela passa a influenciar no peso do corpo do artista e vice-versa. Ambos se tornam intérpretes de suas próprias escolhas.
Dia 21, sábado, às 20h | dia 22, domingo, às 19h | Teatro Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 12 anos | Ingresso:R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Égua” | Josefa Pereira e Patrícia Bergantin (Brasil, SP)
“Uma égua não é um cavalo, e isto é muita coisa”, afirmam Josefa Pereira e Patrícia Bergantin, performers criadoras do espetáculo Égua. Dentro desse “e isso é muita coisa” estão as diferentes conotações de “cavalo” e “égua” relacionadas ao gênero destes animais. Enquanto o primeiro, o macho, é associado à força e à beleza, a segunda, a fêmea, evoca um imaginário pejorativo, que é confirmado inclusive através de expressões populares que reduzem o ser fêmea à sua função sexual/reprodutora de modo pejorativo e em função do macho. As coreógrafas investigam a estética urbana e sintética do rock, que traz uma característica do selvagem enquanto atitude, em fricção com o selvagem cru do comportamento animal, mais orgânico e instintivo. O conceito de “selvagem” na peça comparece não como um fetiche de algo exótico a ser apreciado ou consumido e sim enquanto uma característica inata e persistente, que ativa um permanente campo de experiências no qual as artistas assumem uma relação com o tempo presente revelando o que dele emerge. Nesse sentido, a investigação permeia o que seria um devir animal, isto é, não representar um cavalo, mas experimentar “estar cavala”.
Dia 21, sábado, às 20h30 | dia 22, domingo, às 19h30| Ginásio Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 18 anos
Ingresso:R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Normal”| Guilherme Botelho – Cia. Alias (Suíça)
ESTREIA
Os obstáculos da vida e a capacidade de resiliência humana são temas centrais em “Normal”, espetáculo da Alias, companhia de dança contemporânea suíça criada pelo coreógrafo brasileiro Guilherme Botelho. A estrutura coreográfica é construída sobre um só movimento: corpos que caem e se levantam. A ação simples vai ganhando complexidade por meio de repetições que formam uma atmosfera hipnotizante. Estes movimentos cíclicos permitem que o público entre em um estado mais contemplativo, que favorece a projeção de suas próprias memórias e sentimentos pessoais.
Dia 21, sábado, às 20h30 | dia 22, domingo, às 18h| Teatro Castro Mendes | Duração: 60 minutos | Classificação etária: Livre | Ingresso:R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Eclipse: Mundo” | Paz Rojo (Espanha)
ESTREIA
A origem etimológica da palavra eclipse é abandono. “Eclipse: Mundo”, espetáculo concebido e dirigido pela artista espanhola Paz Rojo, é a implementação desse abandono, termo associado à uma condição destituinte. Em cena, um buraco se abre no espaço da caixa preta. Um buraco negro. Existe um aspecto errante da materialidade através da qual a dança não seria forçada a buscar um futuro. A dança não é uma coreografia para ser executada, mas deve ser criada no presente, no lugar exato onde se está. A ideia é colocar em movimento uma perspectiva cinética ausente como uma experiência de continuidade: uma coreografia interrompida por sua própria preparação e simultaneamente uma dança tomando forma. Uma dança que, mesmo que não signifique nada, faça algo.
Dia 21, sábado, às 21h30 | dia 22, domingo, às 20h30| Galpão Sesc Campinas | Duração: 65 minutos | Classificação etária: 12 anos
Ingresso:R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Supernada Ep01” | Clarice Lima (Brasil, CE / SP)
A intervenção coreográfica Supernada EP01, da bailarina e coreógrafa Clarice Lima, leva as crianças para um passeio entre o fantástico e o ordinário, entre o super e o nada. Figuras lúdicas se deslocam em diferentes lógicas que organizam e desorganizam o espaço, os performers e o público. É um vaivém de imagens que aparecem e desaparecem, como a da princesa alface que é devorada por um tubarão e a do M&M azul que cai em um pote de farinha. O trabalho nasceu da ideia de empatia cinética, ou seja, aquilo que move o outro quando alguém se move, e de referências como o espetáculo de dança Menu de Heróis, de Weila Carvalho, e a série de desenhos animados Cueio, do Gato Galactico.
Dia 14, sábado, às 11h | dia 15, domingo, às 11h | Praça Carlos Gomes | Duração: 30 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis
“Rir – Intervenção Segundo Movimento”| Key Sawao e Rizardo Iazzetta – Key Zetta e Cia. (Brasil, SP)
O desejo da Key Zetta e Cia. de investigar o humor e o riso por meio do corpo originou, em 2017, o espetáculo ‘Riso’. Desdobrando trechos e situações da peça, o coletivo expandiu as cenas para o espaço público e criou “Rir – Intervenção Segundo Movimento”.
Agora, nesta intervenção itinerante, eles questionam o que se passa nos corpos e no espaço quando o riso ri no lugar público. Os dançarinos investigam os múltiplos sentidos que emergem com o humor e o contágio que o riso provoca ao se relacionar com diferentes ambientes e pessoas.
Dia 13, sexta-feira às 11h | dia 14, sábado, às 11h | Largo do Rosário | Duração: 45 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis
“Procedimento 2 para Lugar Nenhum” | Vera Sala (Brasil, SP)
Em “Procedimento 2 para Lugar Nenhum”, a bailarina e pesquisadora Vera Sala dá continuidade ao seu percurso criativo que parte de questões propulsoras como incompletude, precariedade, errância, instabilidade, vazio e esgarçamento do tempo. É numa zona de incertezas, dissoluções e rupturas que acontecem seus processos, que não têm como objetivo a construção de uma obra, mas sim a criação de estados de derivas que se abrem para o inesperado, para atravessamentos e deslocamentos nos modos de pensar o corpo e criar dança. Neste solo, Sala realiza microgestos com seu corpo. Numa espécie de suspensão do tempo entre um instante e outro, o corpo, nas palavras da artista, se exaure, se esvazia e dissolve seus contornos e limites. Desse esgarçamento surgem frestas de percepções e poéticas que expõem a precariedade da condição humana.
Dia 13, sexta-feira às 20h | dia 14, sábado, às 20h |CIS Guanabara – Armazém Sala Preta | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 12 anos Ingresso: R$ 40; R$ 20 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 12 (credencial plena)
“Tudo que Passa e Fica”| OEFEHÁ (Brasil, SP)
Descarte e colecionismo guiam a ação de Oefehá em ‘Tudo que Passa e Fica’. A performance é realizada em dois dias. No primeiro, o artista faz uma pesquisa de campo em um trajeto entre o Sesc Campinas e o Centro de Convivência em busca de materiais, como objetos ordinários e itens que sofrem tentativa de anulação existencial. Essa coleta será captada e transmitida no espaço expositivo onde o trabalho será finalizado. No segundo dia, as peças selecionadas a partir de uma curadoria que leva em consideração a industrialização e a apropriação em quebra e retomada serão dispostas e, depois, transpassadas manualmente em um fio, formando um colar, um “resquício joia objeto”, nas palavras do artista. Este vestígio da ação ficará em exibição junto às projeções das imagens.
Dia 14, sexta-feira às 11h | dia 15, domingo, às 11h |Centro de Convivência | Duração: 180 minutos (sábado) e 120 minutos (domingo) | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis
“Boas Garotas” | Clarissa Sacchelli (Brasil, SP)
Em 2017, a coreógrafa e performer Clarissa Sacchelli foi convidada a criar uma peça de dança a partir do Acervo Histórico Videobrasil. Do mergulho nesse material, a artista selecionou dez trabalhos pela via do magnetismo: não havia recortes conceituais ou temáticos pré-estabelecidos, o contorno foi definido diante do encontro com o acervo, a partir daquilo que seduziu a artista e se seduziu entre si. Entre os trabalhos estão Jerk Off 02 – Projeto Dízima Periódica, de Alice Miceli; Homenagem a George Segal, de Lenora de Barros e Walter Silveira; Escenarios II, de Maya Watanabe; Rapture (Silent Anthem), de Angelica Mesiti; e Female Sensibility, de Lynda Benglis. Esse recorte operou não somente como uma referência conceitual para “Boas Garotas”, mas também como um material bruto constituído de imagens, sons e textos que foram remixados, reinterpretados e/ou reencenados na peça. A relação com os vídeos indicou aproximações entre a ação de editar e coreografar e apontou para lógicas que podem ser construídas a partir do olhar de quem assiste, sugerindo questões acerca dos modos de produção e recepção de um vídeo e de uma performance.
Dia 14, sábado às 19h | dia 15, domingo, às 19h |Sala Múltiplo Uso 2 do Sesc Campinas | Duração: 70 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“A Vida Enorme / Performance” | Emmanuelle Huynh e Nuno Bizarro – Plateforme Mùa (França)
Concebido pela francesa Emmanuelle Huynh como um filme, a performance A Vida Enorme/ Performance tem trilha sonora e coreografia apresentadas separadamente. No primeiro momento, uma gravação traz a conversa entre um homem e uma mulher. Os dois, que literalmente não se entendem por falarem línguas diferentes (português e francês), tentam construir um diálogo através da obra do poeta concretista português Herberto Helder. Flashs da canção Heroes, de David Bowie, também aparecem de tempos em tempos. Depois, os dois de fato tomam a cena com seus corpos. Em silêncio, eles traçam trajetórias autônomas e se encontram quatro vezes. O casal busca um equilíbrio físico que não seja uma harmonia linear, mas uma negociação. Entre diversas camadas, o trabalho investiga como uma forma (a dança) não ilustra outra (a poesia), mas, por meio de alguns componentes de uma terceira forma (cinema), propõe uma imagem que permite a circulação entre poesia, luz, som e corpos. Nesta história difusa, a linguagem e o corpo celebram a matéria do mundo e sua opacidade.
Dia 15, domingo, às 17h | CIS Guanabara – Gare | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingresso:R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Trabalho Normal”| Cláudia Müller (Brasil, RJ)
Na série “Trabalho Normal”, a performer Cláudia Müller faz cinco ações simples e repetitivas durante cinco dias, cada uma delas com duração de 8 horas. Ao todo, são 40 horas de performance (8h por dia, durante 5 dias) – o mesmo tempo de uma jornada de trabalho convencional. Porém, apesar de utilizar este modo tradicional de operação, as atividades realizadas são inúteis. Ou seja, elas não geram nenhum resultado ou produto do ponto de vista prático, ainda que tenham um planejamento preciso em sua execução. Para a artista, pensando em questões referentes à precarização e à autonomia que permeiam a lógica atual de trabalho, a proposta é refletir sobre o cotidiano laboral e o uso do tempo.
Dia 15 a 19, domingo a quinta-feira, das 10h às 19h | Área de Convivencia do Sesc Campinas | Duração: 8 horas por dia | Classificação etária: Livre | Ingressos: Grátis
“Dentro” | Luciana Chieregati e Ibon Salvador – Coletivo Qualquer (Brasil / Espanha)
Por meio de um passeio sonoro, a performance Dentro, criada pelo Coletivo Qualquer, se apoia em uma lógica de travelling cinematográfico para dar destaque à arquitetura e às histórias do local e das pessoas que o ocupam. Trabalhando as relações entre lugares, corpos e ficções, os coreógrafos e performers elaboram uma vivência coreografada que reformula os limites dos territórios percorridos. Situado entre a fisicalidade da caminhada e o mundo sonoro criado pelos artistas, o público, munido de fones de ouvido, atravessa atmosferas e intervenções performáticas numa experiência imersiva que estimula a imaginação e a invenção de outros espaços dentro do próprio espaço do percurso.
Dia 16, segunda-feira, às 11h e 16h| dia 17, terça-feira, às 11h e 16h|dia 18, quarta-feira, às 11h e 16h | Estação Cultura | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 12 anos
Ingresso: Grátis – retirada de ingresso limitados no local com duas horas de antecedência
“Arrastão” | Edvan Monteiro – Cia. Etra de Dança (Brasil, CE / SP)
Em “Arrastão”, intervenção artística da Cia. Etra de Dança, o espaço público se torna um território de atravessamentos e o público é convidado a observar corpos que pulsam, expulsam e expurgam. O trabalho é o primeiro da trilogia ‘Naturam Corporis’, série que estuda o movimento e as peculiaridades do corpo coletivo. A principal ideia do diretor Edvan Monteiro é investigar as manifestações que corpos periféricos promovem quando estão aglomerados em grandes centros. A pesquisa resulta, em cena, num corpo que protesta contra o sistema político atual. Os corpos dos bailarinos agem sobre e sob outros corpos dos artistas do grupo por meio do contato físico direto ou de interfaces digitais. Esse ato é a força propulsora de um fluxo constante que arrasta mais e mais corpos pelo espaço com o intuito de fazer com que os indivíduos consigam ocupar seus próprios espaços, físicos e metafóricos.
Dia 17, terça-feira às 16h | dia 18, quarta-feira, às 16h |Largo do Rosário | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: Grátis
“Sumo” | Júlia Rocha (Brasil, SP)
“Quando a gente olha, o que a gente vê?”, questiona Júlia Rocha, criadora da performance ‘Sumo’, que experimenta as relações entre imagem, palavra e movimento. O trabalho acontece numa sala onde o público pode circular livremente. Nela, corpos estão cobertos. Suavemente, a cada movimentação que ocorre por baixo do tecido, ao seu redor ou pela transformação da luz, novas formas e sentidos emergem. Aos poucos se revelam as figuras. É uma paisagem, são bichos, algum pedaço de estrela. Não há como saber. A alternância entre o que está coberto e o que é revelado cria curvas na percepção do espaço e do tempo.
Dia 17, terça-feira às 19h | dia 18, quarta-feira, às 19h | Sala de Múltiplo Uso 2 do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: Livres | Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Escuta!” | Renato Cruz – Companhia Híbrida (Brasil, RJ)
Com um histórico de atuação em espaços não convencionais, a Cia. Híbrida tem a rua como palco para discutir afetos na performance “Escuta!”. A obra é parte do projeto “Estratégias para Desembrutecer o Olhar”, no qual, desde 2016, o coletivo cria uma espécie de protocolo para que pessoas em lugares de grande circulação possam ter seus tempos suspensos ao participar de algo inusitado. A obra acontece em duas etapas. Na primeira, misturados aos transeuntes, os bailarinos propõem alterações no fluxo cotidiano de deslocamento de modo a causar certa estranheza. Depois, eles usam fones de ouvido desplugados de qualquer aparelho e oferecem a extremidade solta do fio aos passantes como possibilidade de estabelecerem um encontro.
Dia 18, quarta-feira às 14h | dia 19, quinta-feira, às 14h | Terminal Rodoviário | Duração: 30 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis
“Monumentos em Ação” | Lucía Nacht (Argentina)
A relação e as diferenças entre história e memória são trabalhadas em ‘Monumentos em Ação’, performance idealizada e dirigida pela argentina Lucía Nacht. Nela, acompanhados por um áudio-guia, os espectadores realizam junto aos performers um percurso pelo espaço público no qual descobrem o local e as pessoas que o habitam para criarem juntos um ato de memória coletiva. A ideia é descolonizar as narrativas contadas do ponto de vista do poder e dos governantes para reconstruir a história a partir das lembranças que a comunidade quer preservar. Os corpos dos bailarinos criam monumentos que, ao contrário dos feitos de concreto, são efêmeros e sensíveis, permitindo que o público se relacione de forma mais íntima com a obra e elabore seu próprio ponto de vista sobre o evento histórico resgatado.
Dia 19, quinta-feira às 11h | dia 20, sexta-feira, às 11h | Praça Rui Barbosa | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena)
“Bola de Fogo” | Fábio Osório Monteiro (Brasil, BA)
Em ‘Bola de Fogo’, o artista Fábio Osório Monteiro prepara a massa do acarajé, frita o bolinho e o vende como fazem todas as baianas do acarajé. Mas ele também performa a si próprio, a elaboração do solo por Osório surgiu de um problema prático: sua dificuldade de se sustentar como artista. Em 2017, ele fez seu registro como baiana do acarajé e passou a vender o quitute na praça do Cacau, em Salvador. A partir dessa situação, agregou-se ao trabalho outros interesses, como ancestralidade, afetividade e questões negras.
Dia 19, quinta-feira às 17h | dia 20, sexta-feira, às 17h | Estação Cultura | Duração: 45 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis
“Cancioneiro Terminal” | Grupo MEXA (Brasil, SP)
Dialogando com memória e identidade, a performance propõe uma coreografia entre a transmissão de imagens gravadas do grupo e ações executadas em tempo real pelos artistas, que interferem na projeção com música, dança e narração de novas histórias. Entre os registros vistos no telão estão, por exemplo, o vídeo da performance Terminal 10mg, na qual eles subiram em um ônibus de linha de São Paulo e criaram uma espécie de mapa da cidade a partir de suas biografias e vivências.
Dia 19, quinta-feira às 19h30| dia 20, sexta-feira, às 19h30 | Museu da Cidade | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso: Grátis – retirada de ingressos limitados no local em cada dia a partir das 17h30.
“violento.” Performance | Preto Amparo, Alexandre de Sena, Grazi Medrado e Pablo Bernardo|Brasil, MG / BA
No título do solo, após a palavra “violento” há um ponto final. Pode parecer um detalhe, mas mostra onde inicia a discussão colocada em cena pelo ator mineiro Preto Amparo. Além de conter a experiência de Amparo, o espetáculo dirigido por Alexandre de Sena tem como referência propostas negras visuais de ‘Alma no Olho’, curta-metragem do cineasta Zózimo Bulbul, e partituras corporais do hip-hop e do house. A musicalidade de Naná Vasconcelos e Adão Dãxalebaradã e os escritos do psiquiatra e filósofo francês Frantz Fanon também serviram de inspiração.
Dia 19, quinta-feira às 20h| dia 20, sexta-feira, às 20h | Teatro Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena).
“Quem Segue as Setas” | Adriana Macul e Mariana Vaz – Núcleo Tríade (Brasil, SP)
ESTREIA
Concebido pelo Núcleo Tríade, Quem Segue as Setas é um jogo coreográfico que discute liberdade, possibilidade de fazer escolhas e seguir os próprios caminhos. Pessoas de todas as idades ocupam diversos espaços do Sesc Campinas num circuito deambulatório permeado de experiências coreográficas, sensoriais e reflexivas.Nos jogos coreográficos-instalativos que o grupo desenvolve, da qual Quem Segue as Setas faz parte, crianças e adultos são incentivadas a jogarem juntos.
Dia 21, sábado, das 9h30 às 18h| dia 22, domingo das 9h30 às 18h | Área de Convivência do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis.
“aCORdo” | Alice Ripoll – Cia. REC (Brasil, RJ)
Hierarquias econômicas, sociais e culturais, além de violência policial e racismo são abordados em ‘aCORdo’, performance da Cia REC, criada em 2017 para a ocupação Que Legado, realizada no Castelinho do Flamengo, no Rio de Janeiro. A ideia era que os trabalhos apresentados dialogassem com a indagação do que teria ficado como legado para a cidade após a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em ‘aCORdo’, quatro performers nascidos em favelas do Brasil transformam as relações existentes entre os participantes. Uniformizados, eles criam imagens e sensações cara a cara com o público.
Dia 21, sábado às 14h| dia 22, domingo, às 14h | Estação Cultura | Duração: 30 minutos | Classificação etária: 14 anos
Ingresso: Grátis – retirada de ingressos limitados no local em cada dia a partir das 12h.
“Alignigung Nº 2 Debut, São Paulo” – William Forsythe (Estados Unidos / Alemanha)
ESTREIA
Reconhecido mundialmente como um dos mais inventivos coreógrafos dos nossos tempos, o norte-americano William Forsythe vem desenvolvendo desde os anos 1990 uma série de trabalhos instalativos que extrapolam os palcos: os Objetos Coreográficos. Fundindo conceitos de coreografia e artes visuais, as instalações motivam os visitantes a se movimentarem e tomarem consciência de seu próprio corpo.
De 12 a 22, de terça a sexta-feira, das 9h às 20h e sábado e domingo, das 9h30 às 18h |Galpão do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis
“Autopoiese” – Ricardo Alvarenga (Brasil, MG)
Sentado num banco de costas para o público, ele tem sobre a cabeça uma espécie de bolsa, ou casulo, feito com os próprios cabelos, contendo dezenas de tufos. O artista tira um por um e os solta no chão a sua volta. Em seguida, desfaz a “bolsa-cabelo” e trança uma máscara, a mesma vista nas fotografias, que cobre toda a face. Recolhe, então, os tufos do chão e recomeça toda a ação, refazendo o casulo. “Neste acontecimento, me interessa, sobretudo as possíveis experiências estéticas e de alteridade, factíveis na presença do artista-obra e do público, num espaço onde o acionamento de ritos da vida-arte fazem transitar afetos, discursos, partilhas e sentidos”, diz.
Dia 13, sexta-feira, às 20h| dia 14, sábado, às 20h | Casa de Vidro | Duração: 180 minutos | Classificação etária: 16 anos
Ingresso: Grátis – retirada de ingressos limitados no local em cada dia a partir das 18h.
“O Banho” – Marta Soares (Brasil, SP)
Como dançar o ponto de suspensão no qual nos encontramos entre vida e morte? Esta é uma das principais questões que a coreógrafa e bailarina Marta Soares aborda em ‘O Banho’, obra premiada pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) em 2004 que ela revisita após 15 anos de criação. Composta de elementos de dança, performance e vídeo, a instalação coreográfica propõe uma reflexão sobre a subjetividade de Dona Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá. Mulher da elite paulistana, ao ser diagnosticada como doente mental, teve a sua casa parcialmente transformada em um hospital psiquiátrico privado e nela permaneceu isolada por ordens médicas entre 1919 e 1961, ano de sua morte. Durante a apresentação, o corpo de Soares permanece imerso em uma banheira que, para a performer, seria a síntese da casa de Dona Yayá, ou seja, uma “banheira-casa-útero”. Já as imagens em vídeo projetadas durante a ação remetem à dissolução do corpo e à passagem do tempo. “Há uma relação paradoxal entre o meu corpo que se move em um espaço restrito, a banheira, mas que está simultaneamente em relação com todos os elementos que compõem o trabalho e que remetem a um espaço de fora, a casa da Dona Yayá”, comenta a artista, que explora via movimento os estados animado e inanimado do corpo tendo como referência as fotografias das histéricas realizadas no hospital Salpêtrière, em Paris, durante os experimentos médicos dirigidos pelo psiquiatra Jean Michel Charcot (1825-1893).
‘O Banho’ é, sobretudo, um ritual de limpeza, cura e uma homenagem à Dona Yayá e às mulheres que viveram ou vivem situações semelhantes a dela e resistem.
Dia 14, sábado, às 18h30 | dia 15, domingo às 18h30 | CIS Guanabara – Armazém Sala Branca| Duração: 50 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingresso: R$ 30; R$ 15 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9 (credencial plena).
“O Peixe” – Érica Tessarolo (Brasil, SP)
Em O Peixe, a performer Érica Tessarolo oferece ao público uma imagem de espacialidade rasteira e temporalidade dilatada. A principal investigação da instalação coreográfica se dá no campo da fisicalidade: a percepção, para além do conhecimento, de que o corpo é matéria, experiência e memória. A coreografia é próxima ao chão, lenta e fluida, instaurando um estado meditativo, ou contemplativo, para os que veem. “Me interessa a possibilidade de propor um espaço/tempo de contemplação, reflexão, na contramão da interatividade que nos é, atualmente, tão instigada. O ato de observar podendo ser tão transformador quanto o de agir, penso eu”, comenta Tessarolo.
Dia 17, terça-feira, às 17h| dia 18, quarta-feira, às 17h | Casa de Vidro | Duração: 120 minutos | Classificação etária: Livre
Ingresso: Grátis – retirada de ingressos limitados no local em cada dia a partir das 15h.
11º Bienal Sesc de Dança em Campinas
Locais: Sesc Campinas. Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim
Teatro Castro Mendes. Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial
CIS-Guanabara. R. Mário Siqueira, 829 – Botafogo
Casa do Lago. Av. Érico Veríssimo, 1011 – Cidade Universitária
Praça Carlos Gomes. R. Irmã Serafina, s/n – Conceição
Largo do Rosário – Centro de Campinas
Centro de Convivência. Praça Imprensa Fluminense, s/n – Cambuí
Estação Cultura. Praça Mal Floriano Peixoto – Centro
Terminal Rodoviário. Dr. Pereira Lima, 85 – Vila Industrial
Praça Rui Barbosa. Rua 13 de Maio, 159 – Centro
Museu da Cidade. Av. Andrade Neves, 33 – Centro
Casa de Vidro. Av. Dr. Heitor Penteado, 2145 – Parque Taquaral
Mais informações e ingressos: bienaldedanca.sescsp.org.br
Fonte: assessoria de imprensa
Foto (espetáculo “Normal”) – crédito: Gregory Bartadon (divulgação)
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