Blog do Vinho

Vinte anos do Fortaleza do Seival

por Suzamara Santos
Publicado em 5 de outubro de 2020

Depois de conquistar o Vale dos Vinhedos, RS, a família Miolo investiu na Campanha Meridional, microrregião próxima à divisa com o Uruguai, onde começou a ampliar seu portfólio, apostando em diferentes terroirs. O ano era 2000 e a empresa já demonstrava sua maturidade no mundo do vinho, fincando estacas na Fortaleza do Seival, na cidade de Candiota. Foi o início do processo de expansão da marca que logo viria a ser Miolo Wine Group. É de lá que nasce 1,3 milhão de litros de vinhos todos os anos, fruto do cultivo de 16 variedades de uvas viníferas em 200 hectares de vinhedos próprios em sistema de espaldeira. É o terroir mais diverso do grupo. São 27 rótulos batizados com as marcas Quinta do Seival, Miolo Reserva, Miolo Seleção, Seival by Miolo, Miolo Wild, Miolo Single Vineyard. (Enviado por Conceitocom Brasil)

 

Grupo Miolo tem em Candiota um dos vinhedos mais promissores e ricos do Brasil. Fotos: Divulgação

 

A sede de explorar o novo terroir foi o que alimentou a Família Miolo, dando o primeiro passo para a concretização do projeto Terroirs do Brasil, consolidado nos anos seguintes com a Vinícola Terranova, no Vale do São Francisco, e a Almadén, em Santana do Livramento, na Campanha Central. Hoje, a Miolo é a única empresa brasileira a elaborar vinhos e espumantes em quatro unidades no país, cada uma com suas particularidades e terroirs diversos. “Ao apostar no Seival, ampliamos nosso portfólio com vinhos de diferentes estilos. A região é mais abrangente e plural em suas características, permitindo que pudéssemos ser mais ousados e inovadores. Ao comemorar 20 anos de Seival, celebramos a diversidade deste terroir tão único”, destaca o enólogo Adriano Miolo, diretor superintendente da empresa.

Animais e vinhedo dividem a bela paisagem da Campanha Gaúcha, RS

“AINDA EM 1888”

Muitos não sabem, mas a primeira vinícola registrada no Brasil foi a Quinta do Seival, ainda em 1888. Já naquela época, o bioma Pampa era reconhecido pelo seu terroir excepcional para a elaboração de vinhos finos. Com uma altitude média de 197 metros, solo areno-argiloso de topografia plana, clima quente e sub-úmido e grande amplitude térmica, a Campanha Meridional é uma das regiões mais promissoras para o cultivo de uvas e de onde surgem grandes vinhos. O enoturismo na região cresce a passos largos, sendo mais uma opção para quem aprecia o mundo do vinho e toda cultura que está em seu entorno.

A região, mais conhecida como Campanha Gaúcha, ganhou destaque mais tarde, atraindo investimentos como este da Miolo, por exemplo. Este ano, a Associação Vinhos da Campanha, criada há 10 anos, comemora a conquista da Indicação Geográfica (IG), o que é sinônimo de reconhecimento da qualidade e aumento de competitividade para os rótulos lá produzidos. A IG valoriza as peculiaridades da região, originalidades dos produtos nela elaborados. Para isso, as regras são mais específicas tanto em relação a produção da uva com limite por planta e quanto a elaboração dos vinhos.

Linha Seival está entre os grandes vinhos produzidos no Brasil

É do Seival que nascem três dos Sete Lendários da Safra 2018, sendo eles: Sesmarias, Quinta do Seival Castas Portuguesas e Quinta do Seival Cabernet Sauvignon, exemplares ícones que mostram o que é possível fazer com as uvas elaboradas no Paralelo 31° Sul – faixa do planeta onde se encontram algumas das melhores regiões vitivinícolas do mundo -, próximo à divisa com o Uruguai. O Castas Portuguesas, por exemplo, é o primeiro vinho brasileiro elaborado com as uvas Touriga Nacional e Tinta Roriz. Já o Sesmarias, vinho conceito elaborado pela Miolo, um corte de seis castas – Cabernet Sauvignon, Merlot, Petit Verdot, Tannat, Tempranillo e Touriga Nacional – é um dos ícones nacionais.

 Também é de lá que vem o Miolo Wild Gamay 2020, sem a adição de sulfitos (SO2) e com levedura selvagem, um vinho 100% vegano e livre de alergênicos, primeiro a exibir no contra rótulo o Selo The Vegan Society. Aliás, todo portfólio da Miolo é vegano. Isso porque a vinícola não usa nenhum coadjuvante de origem animal nos seus produtos, mas de origem mineral. Diante da geografia, que favorece o trabalho no vinhedo, foi no Seival que a Miolo realizou a primeira colheita noturna mecanizada do Brasil, em 2016. Dela surgiu o Miolo Reserva Sauvignon Blanc Colheita Noturna.

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