Hora do Café

Café com design

22 de setembro de 2020

Por Sandra Racy

O ambiente para  saborear um bom café e trazer   serviço adequado em alimentos e bebidas passa pela arquitetura, design, ou seja, um lugar aconchegante onde a cafeteria e/ou restaurante se instala. Podemos pensar nas louças, xícaras, taças, iluminação, enfim, em vários elementos que irão compor este espaço, além do atendimento e relacionamento da equipe com o cliente.

Para os empreendedores, além da preocupação com o café, com a bebida em si, o crescimento da frequência de degustadores nas cafeterias, mesmo com a pandemia, faz com que as exigências também aumentem em relação ao serviço prestado.

Os amantes do bom café buscam conforto e a eles deve ser oferecido aquele ‘algo mais’, seja de forma intimista, temática ou ainda bem moderna, com música e iluminação apropriada, além das louças que dão refinamento ao que será degustado.

Nos grandes centros e já em cidades menores nota-se a preocupação com a decoração dos lugares que prestam serviço em alimentação e bebida e principalmente nas cafeterias. Para o empreendedor, ver o cliente ambientado e confortável passa a ser um objetivo, visto que em relação a bebida café, a composição do melhor é imprescindível.

A vontade de ter um lugar que oferece bons cafés parece ter aumentado, ou pelo menos as pessoas têm se manifestado mais. É fácil ouvir daqueles que querem empreender “meu sonho é abrir uma cafeteria”.

Para este cenário que se configura há cerca de 10 anos, nota-se que profissionais de várias áreas se atentam a este movimento, e vimos despontar e aumentar os especialistas em café, além de designers de interiores que trabalham ambientação na cafeteria, ou seja, “Café com Design”, que, aliás, é o título do livro das autoras Eliana Relvas, que é especialista em café, e Miriam Gurgel, arquiteta. A publicação realizada pela editora Senac disponibiliza conteúdo bem apropriado para os que pretender investir em uma cafeteria.

Para compor este ambiente de cafeterias, onde o cliente busca uma experiência confortável, seja para lazer, negócios ou simplesmente um “cafezinho que traz mais energia”, é possível considerar duas questões: a primeira sobre o café mais precisamente, ou seja, o serviço, de acordo com Eliana Relvas. Assim o primeiro desafio é montar uma boa equipe que esteja alinhada e treinada. “O diferencial hoje está no atendimento, porque qualidade de café é imprescindível, mas já está dentro do escopo da cafeteria, então, o atendimento correto, a experiência no local (tanto sensorial quanto arquitetônica), a sensação de ‘pertencimento’ do cliente e dos funcionários ao estabelecimento é fundamental para o negócio”, ressalta a autora. Para ela, o momento pós-pandemia será de bastante frequência nas cafeterias, pois o café está ligado não somente a lazer, mas também a trabalho.

Hoje fala-se muito em relacionamento com cliente, atendimento, treinamento em serviços, mas quando pensado em serviço de cafeteria, a pergunta pode ser: qual experiência que queremos entregar a esse cliente? Pensando nisso vem a outra questão sobre a qual as autoras discorrem, que é a ambientação das cafeterias, a atmosfera que envolve a bebida café, os acompanhamentos e acessórios.

Assim, falar em ambientação e atmosfera é falar em design, em espaço, em iluminação. Segundo a arquiteta Miriam Gurgel, existem diferentes propostas que podem ser utilizadas no projeto de cafeterias. Para aqueles proprietários que desejam que cada cliente tenha uma experiência confortável e aconchegante enquanto saboreia um café, ela destaca alguns pontos que devem ser levados em consideração.

Dentre eles está a iluminação, que deve ser mais “intimista”, mais “amarelada” e menos vibrante nas áreas onde os clientes se sentam, o que poderá ajudar a criar a atmosfera desejada.

Outro é o mobiliário. “Peças confortáveis, não somente quanto ao sentar (ergonomia), mas também quanto ao toque, podem estimular o cérebro e reforçar uma sensação de conforto”, indica a arquiteta. Sobre as cores, se forem muito fortes e vibrantes, podem quebrar a atmosfera e acelerar o cérebro, portanto, a opção por cores mais fechadas (com intensidade menor) seria mais aconselhável.

Em relação aos materiais, a especialista aponta que os materiais com muito brilho podem reverberar, aumentando assim a propagação do som dentro do espaço e, consequentemente, o aumento do barulho e rumores.

O investimento nos “detalhes” pode valer tanto para os novos estabelecimentos quanto aos que pretendem renovar seu negócio, assim, o sucesso pode ser maior. Ambientação, bons produtos e principalmente o atendimento e relacionamento ao cliente determinam o sucesso dos serviços em cafeterias, como em vários outros negócios que se propõem a entregar uma boa experiência, pois é isso que poderá conquistar o cliente e trazê-lo de volta.

“Café com Design – A arte de Beber Café” – Ed. Senac

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