Nem a chuva inibiu o bloco Nem Sangue Nem Areia, da Vila Industrial, que levou para as ruas do tradicional bairro de Campinas, neste domingo (12), o samba enredo em homenagem a “Thomaz Perina, o artista da Vila”, além de muita personalidade. Depois que a chuva passou, o sol deu o ar da graça e fez até calor, abrindo alas para o desfile puxado pelo som marcante da bateria do bloco “Ô di Casa“, projeto do grupo de samba Casa Caiada. Destaque também para a ala que representou as obras do artista, organizado pelo artista plástico Agostinho Gomes, que contou ainda com participação da própria sobrinha de Thomaz Perina, Maria Angelina dos Santos, diretora do Instituto Thomaz Perina, em Campinas.
Tanto a música quanto a homenagem deram originalidade e alma à apresentação do bloco, que pelo quarto ano consecutivo resgata o antigo bloco da Vila Industrial, depois de ficar sem participar do Carnaval de Campinas por 33 anos.
A intenção da diretoria de reforçar cada vez mais as características do bloco original, com as alas dos bois, entre outros, tem conseguido também valorizar a história do próprio bairro. Thomaz Perina foi um artista plástico ícone para cidade de Campinas e expoente da arte contemporânea no Brasil, que nasceu e passou toda sua vida na Vila Industrial.
O desfile, que começou com uma concentração tímida por causa da chuva na rua Francisco Teodoro, saiu junto com o sol pelas ruas Venda Grande e Prudente de Moraes, Rangel Pestana, avenida Sales de Oliveira, rua Conselheiro Gomide, rua São Carlos, e voltou na Francisco Teodoro, com um encerramento de um autêntico carnaval de rua, com alegria da comunidade e o bom som da bateria do “Ô di Casa”.
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Para relembrar a história
Entre as décadas de 40 e 70, as ruas da Vila Industrial serviam como cenário para o desfile de um dos mais tradicionais blocos da história de Campinas, o Nem Sangue Nem Areia, uma referência ao filme “Sangue e Areia”, que estreou em 1941, estrelado pelo galã Tyrone Power.
A inspiração veio tanto pela influência da produção hollywoodiana quanto pelo fato da Vila Industrial ser um bairro que abrigava matadouros e curtumes, o que fazia com que a passagem de rebanhos de gado pelo bairro fosse uma cena comum. Já transformado em escola de samba, o Nem Sangue Nem Areia fez seu último desfile em 1976.
Confira a letra do samba original que circulou nas ruas:
“Thomaz Perina, O artista da Vila”
(Gui Fidelis, Helder Bittencourt, Trovão)
“Pintar, vejo a alegria em seu espelho
Voar, sentir as cores desta rua
Cantar, criar, brincar com suas travessuras
Thomaz Perina hoje a vila é toda sua
O meu coração põe nessa
tela a empolgação
Que meu samba vem mostrar
Vermelho e branco traz agora o seu quadro
Leva à vida um retrato
Vem cantar com emoção
Belo semblante apresenta o Carnaval
Mostra o que foi criado
Salve a Vila Industrial
Refrão
Nem Sangue Nem Areia
Thomaz Perina
Hoje o samba incendia.”
No sábado (11), a City Banda abriu o Carnaval de Campinas.
Confira a programação completa dos blocos da cidade durante os dias de Carnaval.
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