Um dos maiores sonhos daqueles que são imbuídos de espírito livre é dar uma volta ao mundo. Não há nada que se iguale à experiência de ver paisagens e conhecer a fundo culturas e hábitos com os próprios olhos. Tudo o que um viajante de alma procura é estabelecer contato real com povos e realidades distantes, tanto ao mergulhar na história, quanto na identidade local expressa pela arte, gastronomia ou arquitetura. Nem todos, entretanto, têm a disposição de sair com uma mochila nas costas. Então que tal quebrar as fronteiras a bordo de trens com todo o conforto a que tem direito?
A quarta edição da “Volta ao Mundo de Trem” apresenta uma cruzada sob trilhos pelo hemisfério norte ao passar pelos continentes europeu, asiático e americano. Durante 24 dias – de 15 de agosto a 7 de setembro de 2020 – os passageiros percorrerão aproximadamente 16 mil quilômetros de malha ferroviária por 14 cidades do Canadá, China, Mongólia e Rússia.
A façanha começa em grande estilo na cosmopolita Toronto, com um jantar no restaurante 360 da CN Tower, que proporciona vista completa desta que é a maior cidade canadense. A partir daí, deixe-se encantar pelo cenário natural que se descortina pelas janelas panorâmicas do Trem Canadense num trajeto que atravessa as Montanhas Rochosas, passa por florestas de coníferas até chegar no Jasper Natural Park. Neste santuário de verde, o lago de água azul cristalina do Maligne Lake promete momentos de êxtase. O Glacier Skywalk, uma plataforma suspensa de vidro, dará a impressão de caminhar sobre nuvens e poder apreciar de cima o visual dos desfiladeiros de neve. Já nos campos de gelo de Columbia, um passeio de snowcoach irá arrebatar aos amantes do gelo ao longo do panorama alvo do Glaciar Athabasca.
O trecho canadense culmina em Vancouver, uma cidade de enorme mistura cultural por abrigar imigrantes de todas as partes do mundo, sobretudo da Ásia. No city tour, é possível visitar os famosos totens esculpidos na madeira no Stanley Park; o mercado público de Granville Island e suas lojas de joias, roupas, cerâmicas e artesanato; além de Gastown, um bairro histórico de atmosfera tipicamente inglesa. Daqui, como um oceano separa os continentes, um voo da Air Canada levará o aventureiro itinerante até o outro lado do mundo.
Embora cada dia mais moderna, a cultura milenar é o grande atrativo da China. Em Pequim, a tradição de antigos impérios se revela no Museu Nacional, onde se encontram mais de um milhão de relíquias do país. Lar dos imperadores das dinastias Ming e Qing, a Cidade Proibida serviu por 500 anos como o centro político do país. Antes acessível somente para a realeza, hoje está aberta a todos. O Palácio de Verão, por sua vez, é reconhecido por ter os maiores e mais conservados jardins do continente asiático. É tanta história e beleza que foi listado pela UNESCO como Patrimônio Mundial. Por falar nisso, nenhum programa pelo território chinês pode deixar de incluir visitação à uma das Sete Maravilhas do Mundo. A Muralha da China, esta imponente obra arquitetônica construída para impedir a invasão das nações do norte, também está no roteiro.
Da capital chinesa, uma viagem de 36 horas atravessará as planícies do Deserto de Gobbi, onde se poderá apreciar o por do sol entre as montanhas e um céu repleto de estrelas ao anoitecer. No Parque Nacional Gorkhi Terelj, formações rochosas maciças entre vales com rio sinuoso deixam qualquer um fascinado. A investida por terras áridas ainda compreende uma visita a uma família nômade com acampamento em iurta, tendas circulares características do povo mongol. Já na base da estátua de Chinggis Khaan existe um museu arqueológico em que se pode provar trajes representativos do país. O tour pela Mongólia ainda chega à capital Ulan Bator, que reserva, entre outras atrações, entrada ao Mosteiro Gandan, termplo budista de estilo tibetano, e a vista panorâmica do Monte Zaisan.
A viagem, então, entra no seu trecho final quando adentra o território russo pela lendária Ferrovia Transiberiana. No entanto, ainda há um longo trajeto a ser percorrido, já que a Rússia tem dimensões continentais. Ao longo deste caminho, tão mítico quanto inspirador, o viajante pode contemplar as paisagens da Sibéria. O Lago Baikal – o maior de água doce do mundo – e o Museu Taltsy, em Irkutsky, deslumbram. Este último parece uma antiga vila com longas ruas, casas de madeira e moinhos aquíferos. Novosibirsk guarda uma joia artística, o Teatro de Ópera e Ballet, enquanto Ecaterimburgo – nas proximidades dos Montes Urais, que separa Ásia e Europa -, a Igreja Sangue Derramado reconta os dias finais dos Romanov. Foi neste templo cristão ortodoxo, um dos monumentos símbolo da Rússia, que o Imperador Nicolau II e sua família foram executados, acabando com o czarismo no país.
Ao cruzar a divisa para a porção europeia, Kazan mostra na cultura todo o reflexo da mistura entre continentes. Num almoço tártaro, a gastronomia é um exemplo de combinações russas e búlgaras no uso de ingredientes, condimentos e temperos. Já nas edificações, o Kremlin da cidade – erguido sob ordens do czar Ivan, o Terrível -, é mais um Patrimônio Mundial da UNESCO que entra no roteiro como entretenimento imperdível. O outro Kremlin, esse a sede do governo russo, em Moscou, é mais um dos passeios obrigatórios ao se chegar na capital, que marca o fim desta jornada. Antigamente, um dos lugares mais fechados e temidos do mundo, hoje abre seus portões a fim de compartilhar com o público a grandiosidade dos seus jardins, museus e catedrais.
Informação sobre a viagem em: voltaaomundodetrem.com.br
Sobre Eduardo Gregori
Eduardo Gregori
Travel Journalist / Publisher
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