
Amanhecer no vinhedo em Itupeva: uva Syrah reina na região. Foto: site oficial Bramasole
A Vivência nos Vinhedos, passeio enoturístico oferecido pela Bramasole – Vinho de Boutique confirma pelo menos três premissas. 1) Sim, já podemos dizer que São Paulo e Minas Gerais constituem um terroir promissor para vinhos especiais. 2) A uva Syrah, perfeitamente aclimatada, é mesmo a rainha tinta do pedaço. 3) A dupla poda, recurso que inverte o ciclo produtivo da videira, empurrando a colheita do Verão chuvoso para o Inverno ensolarado do Sudeste, ainda tem muitas alegrias a nos proporcionar.
Bramasole é mais uma vinícola que vislumbrou na nossa região um caminho virtuoso para o vinho. Suas cepas de Syrah estão nas cidades de Itupeva e Indaiatuba, ofertando uma paisagem familiar e bastante acolhedora aos visitantes. Os mais antenados já devem ter se lembrado que Bramasole é o nome da casa citada no livro Sob o Sol da Toscana, romance de Frances Mayes narrado em primeira pessoa, que virou filme em 2003 e hoje é um cult do cinema mundial.

Luiz Henrique de Oliveira: inspiração na Toscana
Não por acaso, desde quando a cultura de cafés especiais que grassa nas montanhas de São Paulo e Minas passou a ceder espaço aos vinhedos, a região vem sendo chamada com muita lisonja de “Toscana brasileira”. O proprietário, ou anfitrião, Luiz Henrique de Oliveira é daquelas pessoas que caem pra cima. Ele conta que morava na Califórnia e era um bem-sucedido executivo do ramo de tecnologia, quando foi demitido num dos muitos sobe-desce da gangorra da economia internacional.
De volta ao Brasil, com o livro Sob o Sol da Toscana em mãos, ele se identificou com a história da mulher recém-separada que resolve recomeçar a vida adquirindo uma casa no interior da Itália, e partiu atrás de sua própria Bramasole (anseio/desejo de sol, na tradução para o português). Escolheu a região de Campinas por conta das boas estradas que cortam o Estado e foi surpreendido pela perspectiva de um novo vinho em gestação, fruto de experimentos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), capitaneados pelo pesquisador Murilo Regina, uma espécie de “pai” da dupla poda.
Se deu certo? Deu muito certo. Na Vivência nos Vinhedos, de sábado (14/09), Luiz colocou o seu vinho Di Vino Syrah à prova, numa degustação às cegas. A brincadeira era assim: os convidados deveriam apontar o vinho preferido de um painel de quatro rótulos expressivos de Syrah, colheita de Inverno, da região Sudeste, ou seja, o mesmo vinho feito por diferentes vinícolas.
Assim, o Bramasole Di Vino ficou lado a lado com os premiados Guaspari Vale da Pedra, Casa Verrone Syrah e Casa Geraldo Syrah Colheita de Inverno. Os vinhos se mostraram bastante equilibrados em qualidade e tipicidade. O Bramasole, sem passagem por barrica de carvalho, apresentou-se um pouco mais frutado que os demais e agradavelmente fresco para a tarde quente que se iniciava no vinhedo. Foi o mais votado.
A vivência, que os interessados devem agendar com antecedência, inclui também uma degustação orientada de três espumantes (dois champenoise e um charmat), vinificados na Casa Gazzaro, de Flores da Cunha, RS. Os espumantes são feitos com as uvas Chardonnay e Pinot Noir, em proporções que variam de acordo com a safra. Se mostraram leves, de ótima acidez como se espera de um espumante brasileiro pronto para invadir das mesas de Verão. Destaque para a terceira garrafa, um champenoise extra-brut, 12,5% de teor alcoólico, recém-saído das pupitres (dégorgement em julho).

Quatro vinhos de dupla poda postos à prova: Bramasole brilhou
Depois de tanto vinho, já era hora de retornar ao ponto de partida. O almoço no Riacho Doce, restaurante que fica entre Itupeva e Indaiatuba e serviu de ponto de encontro do grupo no início do passeio, ofereceu o relax que todos desejavam. A construção é acolhedora, feita em madeira, com uma mata exuberante à volta e a divertida aproximação de macaquinhos em busca de frutas servidas pelos visitantes. No mais, comida brasileira bem feita, mais Bramasole e toda preguiça do mundo.
ANOTE AS DICAS
– Vivência nos Vinhedos: o ponto de encontro é o restaurante Riacho Doce, na estrada que liga Itupeva a Indaiatuba. De lá, os visitantes seguem para a visita à casa Bramasole e ao vinhedo de Itupeva, onde é oferecida degustação de espumantes e tábua de frios. O programa continua no vinhedo de Indaiatuba, com prova de Syrahs e apresentação da proposta da vinícola. Na sequência tem almoço harmonizado com os vinhos Bramasole no restaurante Riacho Doce. Preço: R$ 250 por pessoa.
– Casa Bramasole: é possível também reservar as acomodações da casa para pernoites em família ou grupo, para fins de semana, comemorações e feriados. Dispõe de piscina, churrasqueiras para vários estilos de preparo, ofurôs etc. Preço sob consulta.
– Clube Bramasole Vinho de Boutique: com uma taxa mensal, o associado recebe cotas de garrafas em casa.
R$ 29,90 por mês – 6 garrafas de vinho Di Vino Syrah por ano
R$ 59,80 por mês – 12 garrafas de vinho Di Vino Syrah por ano
R$ 34,90 por mês – 6 garrafas de espumante por ano
R$ 69,80 por mês – 12 garrafas de espumante por ano
– Reservas e informações: WhatsApp: (11) 944 742 337; fone: (11) 999 237 724; FB /bramasole.vinho.de.boutique; Instagram: @bramasole_vinho_de_boutique; site: HTTP://bramasole-vinho-de-boutique.negocio.site.
*A equipe do Turismo e Vinho participou da Vivência nos Vinhedos a convite da Bramasole – Vinho de Boutique. O programa incluiu almoço no restaurante Riacho Doce. Fotos: Lalá Ruiz
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