Com mais de um século de história, o Mercado Municipal de Campinas, mais conhecido como Mercadão, é reduto de insumos para a gastronomia.
No local, encontram-se especiarias, temperos, verduras, frutas, queijos, carnes, peixes, embutidos, artigos para feijoada e uma quantidade de produtos encontrados em empórios. Fundado em 12 de abril de 1908 pelo então prefeito Orosimbo Maia, sua arquitetura de inspiração mourisca (influência árabe) é de autoria de Ramos de Azevedo, responsável por obras marcantes na formação urbana de Campinas e São Paulo, entre elas o Teatro Municipal de São Paulo e o famoso Mercadão de São Paulo.
No início, o mercado funcionou como depósito de açúcar que era destinado ao Porto de Santos. Aos arredores ficava a estação Carlos Botelho da Estrada de Ferro Funilense, por onde chegavam os trens carregados de diversos gêneros alimentícios (local onde hoje estão as bancas das peixarias) e ali recolhiam as sacas de açúcar. Do outro lado, circulavam as carroças e charretes, que eram abastecidas de produtos a serem comercializados na região.
Entre os anos 1930 e 1960, o território foi também ponto de encontro dos jovens da época. Reuniam-se ali jornalistas, artistas e intelectuais que, entre um e outro petisco, discutiam grandes temas nacionais e municipais. Até hoje, este comportamento ainda permanece, com frequentadores que buscam no endereço os barzinhos com comidas típicas de boteco.
Considerado o mais antigo centro de compras de Campinas, o Mercadão mantém sua vocação de centro de distribuição de alimentos, possui 143 boxes, 98 no prédio central e 45 bancas externas, com uma grande variedade de produtos. Uma característica marcante entre os comerciantes locais é a tradição de permanência familiar dos boxes ao longo dos anos. O prédio é tombado pelo patrimônio histórico em duas esferas, Condephaat, em 1982, e Condepacc, em 1995. Depois disso, passou por duas reformas que recuperaram suas características originais, uma vez que o prédio estava já descaracterizado. Um cantinho bucólico de Campinas para fazer compras, conhecer produtos regionais e petiscar algo legítimo dos mercadões.
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