O Dia dos Pais está chegando e pululam as listas de sugestões de vinhos para presentear o “velho”. Algumas são bem inteligentes; outras criativas; tem as caras; as mais em conta e por aí vai. Pitacos não faltam para que a celebração seja perfeita. Sinceramente, não fico muito à vontade para criar essas listas. Sempre me pergunto se existe de fato o leitor que corre às lojas e aos sites de vendas em busca do rótulo que a Suza disse que é bom.
Quando eu penso em vinho para dar presente, procuro… um vinho para dar presente, oras, e não para compartilhar com o homenageado, durante o almoço ou a festa em família. Isso pode até ser legal, mas eu ficaria mais satisfeita se o homenageado reservasse o mimo para desfrutar naquelas oportunidades em que o bom vinho tem o papel de temperar uma ocasião especial, tornando inesquecíveis o momento e a companhia. Já para brindar e beber junto com a galera, eu levo outra garrafa, claro.
Mas a tarefa de escolher um vinho, qualquer que seja o objetivo, tem que ser sempre divertida e não um quebra-cabeças ou uma gincana. Vale usar como critério a intuição, a curiosidade, o tamanho do bolso, a fôlego para garimpar e o destino da garrafa. Eu, como já disse várias vezes, adoro comprar vinhos desconhecidos.
Aqui, vou resistir à tentação de sugerir rótulos da Macedônica, de Israel, da Bulgária e da Grécia que provei recentemente, e apresentar alguns clássicos do velho e do novo mundo. Todos eles, provei em degustações técnicas e informais este ano. Não espere nenhuma excentricidade e nem aquela brincadeira de escolher o vinho para cada estilo de pai (nada contra, até gosto). E o que eu espero com isso? Que você se inspire nas ideias e faça a sua própria surpresa, do seu jeito e com muito amor. Vamos lá:
ESPUMANTES
ESPUMANTES ADOLFO LONA (foto): o enólogo que dá nome ao vinho é natural da Argentina e está no Brasil há mais de 40 anos. Cria espumantes para todas as ocasiões, das mais descontraídas (Adolfo Lona Brut Rosé Baby, 187 ml, R$ 19,98) às mais exigentes (Adolfo Lona Orus, R$ 234). Este último, ao lado do Orus Doña Silvia 1972 (homenagem à esposa e ao ano do casamento, R$ 198,50) são os espumantes mais complexos da casa.
CAVE GEISSE: referência entre espumantes brasileiros, é elaborado pelo enólogo chileno Mario Geisse, que atua no Brasil desde os anos 1970. Produz espumantes de vários estilos e categorias, sempre pelo método tradicional. Preços vão de R$ 92, 90 (Cave Geisse Brut) a R$ 180 (Geisse Terroir Rosé Brut). Para quem tem mais fôlego, ainda dá para adquirir o Cave Geisse Brut 2002, o mais imponente da casa, por R$ 800, a caixa com uma garrafa.
MIOLO MILLÉSIME BRUT D.O. 2012: límpido, amarelo palha, com perlage fina, abundante e persistente. Aromas de frutas cítricas, pera, abacaxi e mel mesclados a notas típicas de envelhecimento, como pão tostado e fermento. Complexo e cremoso na boca. Ótima acidez, retrogosto agradável. Uvas Chardonnay e Pinot Noir. R$ 119,80. Tem ainda a versão Millésime D.O. Swarovski 2011 que custa R$ 236,99.
CASA VALDUGA 130 ESPUMANTE BRUT – Lançado em 2005, marca 130 anos da família italiana Valduga no Brasil. Límpido e brilhante, tons de amarelo palha, perlage fina, abundante e persistente. Aromas de frutas molhadas e maduras como pera e abacaxi, acrescidos de tostados, proveniente do envelhecimento. Uvas Chardonnay e Pinot Noir. Cremoso e encorpado na boca.
TINTOS
VISTA DA SERRA SYRAH 2014, Guaspari, Espírito Santos do Pinhal, SP (foto): produto da inovadora técnica de dupla poda, que inverte o ciclo produtivo da planta, fazendo com que a colheita se dê no Inverno, quando os dias são ensolarados e as noites frias na Serra da Mantiqueira. Apresenta cor rubi com reflexos violáceos, aromas de geleia de frutas escuras, evoluindo para café. Taninos macios, bom corpo e boa persistência. R$ 160, Adega Abadesco.
FEUDI DI SAN GREGORIO RUBRATO IRPINIA DOC 2011, Campania, Itália: 100% Aglianico. Cor rubi, com reflexos violáceos. Aromas de frutas negras maduras, notas de herbáceos e alcaçuz. Taninos redondos, boa acidez. Uma curiosidade: esse vinho amadurece em carvalho, ao som de canto gregoriano. R$ 176. Importadora Word Wine.
DUORUM VINTAGE PORTO, Douro, Portugal: elaborado predominantemente com castas de vinhas velhas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Cor vermelha, mostrando discreto halo de envelhecimento. Aromas marcantes de frutas negras maduras, cassis e figo, além de toques balsâmicos. Na boca, bom corpo, ótima acidez e doçura agradável. R$ 234, Importadora Casa Flora.
CALDAS RESERVA ALVES DE SOUSA 2011, Douro DOC, Portugal, 100% Touriga Nacional. Cor rubi intensa, brilhante com reflexos violáceos. Elegante no olfato, com aromas secundários, como ameixas pretas, figo, grafite e delicado floral. Na boca, conexão com os aromas, taninos macios, ótima acidez e final longo. Equilibrado e agradável. Está na lista de Melhores Compras de Robert Parker. Preço: R$ 199, na Enoteca Decanter.
BRANCOS
CASA VALDUGA LEOPOLDINA GRAN CHARDONNAY D.O. 2015 (foto): límpido, brilhante de coloração amarelo palha e reflexos esverdeados. Aroma intenso de frutas tropicais maduras, como abacaxi e carambola, nuances de chocolate branco e baunilha, cedidos pela combinação de barricas francesas e romenas. Volumoso e potente na boca. Medalha de Prata na Decanter World Wine Awards, em Londres 2017. R$ 114, 96. Casa Valduga.
MAISON AUVIGUE, Pouilly-Fuissé Solutré 2014, Borgonha, França, 100% Chardonnay: no olfato, notas minerais e aromas de flores brancas, com clara presença do solo calcário de Solutré. Na boca, muito fresco, elegante e leve. Uvas colhidas a mão e imediatamente esmagadas, o que colabora para a sua agradável acidez. R$ 149, Importadora Chez France.
VILLA RAIANO 2015, Campania, Itália, 100% Greco di Tufo: tons amarelos, próximos do dourado. No olfato se mostra austero, com presença de ameixa, frutas secas e alguma mineralidade. Na boca, é um vinho equilibrado, com bom corpo e ótima acidez. Uvas colhidas a mão, no final de outubro, já aproximando do frio europeu. R$ 177, Decanter.
KIM CRAWFORF SAUVIGNON BLANC 2014, Marlborough, Nova Zelândia: 100% Sauvignon Blanc. No olfato, frutas cítricas como abacaxi e limão, notas vegetais e de pimentão verde. Na boca, é fresco, equilibrado e de agradável acidez. A Sauvignon Blanc é o principal cartão de visitas da enologia da Nova Zelândia. E este Kim Crawford é um típico vinho do novo mundo. R$ 207, Importadora Interfood.
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