Liquidificultura

“A Vida dos Ilusionistas”

por César Póvero
Publicado em 18 de dezembro de 2016

Desde que nascemos e desenvolvemos o desejo, a visão do sonhar acordado, do querer, do almejar… passamos a…

Querer ser heróis, super-heróis, princesas, vilões, ídolos…

São as janelas da mente, as telinhas da TV, a telona do cinema que nos faz isso, os livros… nos permitir ilustrar nossos sonhos.

O teatro faz isso pessoalmente, e de outra forma os mágicos. “eles” cerram uma mulher ao meio dentro de uma caixa e quando juntas, ambas as partes, esta mulher sai ilesa sem uma gotinha de sangue. Coelhos e pombas saem de dentro de sua cartola, pessoas desaparecem e retornam.

Conforme vamos crescendo, vamos amadurecendo, cada um em seu tempo de certa forma e vamos nos despindo dos nossos sonhos. Não conseguimos saltar de edifícios e voar, em situações duras não tiramos carta da manga, pessoas que partem não voltam, uma vez um ser cortado ao meio não se junta e se levanta andando normalmente.

Da mágica do absurdo, ficamos sabendo com o tempo que tudo é uma ilusão e que quem os faz são os ilusionistas, a prática, a rapidez dos movimentos, o desvio dos seus olhos para não ver o que esta sendo ocultado, são os ilusionistas.

Assim seria a ideia de que a magia não existe, e sim a ilusão que alguém nos faz acreditar, no show do mágico, no cinema, na TV, nos desenhos, na ficção cientifica, no teatro em seus espetáculos. Tudo é um truque e assim na vida aprendemos que temos que ter truques às vezes para driblar situações, quase fazer mágica para escapar, a lei da sobrevivência na selva.

Em contra partida, algumas pessoas ,mesmo quase não sonhando mais, não se iludindo mais com a vida, o trabalho, os filhos, a falta de tempo, ainda se iludem que estão ao lado da pessoa certa, que o melhor amigo é aquele, que é amada, que vive uma relação fiel, ou para os outros ilude a plateia querendo provar que é feliz.

Os sonhos nunca devem deixar de existir, senão secamos, a ilusão é necessária, assim como os alimentos e suas respectivas propriedades q   ue procuramos porque está na moda e faz bem pra isso ou aquilo.

Precisamos deixar de se iludir com o desnecessário, o que não vai acontecer e nos iludir com a fantasia do que nos faz bem, nos tira um pouco do chão e também sonhar com o concreto com o mais possível perto daquilo que almejamos e vimos que não acontece.

Sonhos possíveis… sonhos impossíveis… e sermos todos pescadores de ilusões.

 

 

Crédito da imagem: Espetáculo “Fantasia Real”.

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