Dentre todos os desfiles das últimas temporadas de moda, internacional e também nacional, identificamos uma mensagem interessante e importante: o poder do feminino. A mulher proposta pela moda contemporânea desconstrói e/ou rompe com os padrões estéticos masculinos e toma propriedade de seu próprio corpo, professando: – esse corpo é meu e faço com ele o que bem pretender!!!
São bons e importantes sinais…
A marca Céline trouxe vestidos lingerie, tendência sleepwear forte da temporada, e brincou com opostos, trazendo peças mais estruturadas retiradas da alfaiataria. Vejam na imagem abaixo que é uma sensualidade poderosa, nada frágil, resgatando o feminino.
Céline PRIMAVERA-VERÃO 2016
Os traços delicados do corpo feminino, contrapondo a força que temos em lutar pelo empoderamento da mulher. Traduzida em opostos, uma silhueta desenhada em roupas de estrutura forte.
Céline PRIMAVERA-VERÃO 2016
A mesma proposta de opostos trouxe Reinaldo Lourenço no SPFW Inverno 2016. Mulher forte sem medo de mostrar sua delicadeza. Peças de alfaiataria estruturadas e luxuosas, contrapondo rendas e transparências.
Já a marca Prada trouxe esse poder do feminino em detalhes que iam além até mesmo do que poderia ser visto… só mesmo de muito perto para notá-los. A mulher da Prada já reina, é segura do seu poder, e por isso se diverte com a moda e o vestuário.
Transparências, rendas, golas, saias e vestidos… vale tudo para essa mulher moderna e quase futurista da Prada. Só não vale deixar de se divertir com as roupas.
O desfile da D&C para o verão 2016, como não poderia deixar de ser, ostentou o feminino. Se na temporada passada foram as mães, agora é a vez da super sensualidade estampada das mulheres D&G.
Sensualidade inteligente, madura e sem vulgaridade.
Já para o inverno 2016, Alexandre Herchcovitch trouxe como inspiração a história de boudoir. Uma história sobre amor e perda, perversão, sexo e poder. Boudoir é um conceito que surgiu nas construções da época Barroca e Romântica na França, era uma sala exclusiva para mulheres que servia como uma espécie de camarim onde elas guardavam maquiagens, camisolas e peças íntimas. Simbolismo para uma mulher menos puritana que assume a sua sensualidade sem temor.
Já a Balmain vestiu a mulher pronta para guerra, acessórios como armamentos, de uma mulher que reconhece o seu poder. Sem disfarces masculinos, foi um desfile considerado supersexy, com fluidez e transparências, compondo formas estruturadas e silhuetas sempre bem marcadas.
Mais uma vez provando o poder do feminino, numa época que já estamos cansadas de falar de falsas liberdades. É a mulher adulta, confiante e sexy.
A top brasileira Isabelli Fontana para o desfile da Balmain
Como a desconstruir a mulher do passado, Simon Porte Jacquemus, estilista ganhador do 2º Prêmio Jovens Estilistas LVMH e responsável por uma moda conceitual e polêmica, subverte a estética masculina e coloca uma mulher confiante de sua feminilidade. O terno que virou vestido, assimetria das golas e mangas…
E, por último, vale lembrar de Ronaldo Fraga que colocou homens e mulheres em mesma passarela, questionando os velhos conceitos de gêneros. A mensagem era clara: ninguém é melhor ou superior ao outro, somos únicos e iguais em nossos sentimentos e desejos.
“Ronaldo revela que sua ideia é transpor o conceito de roupa com gênero, mesmo que ela pareça mais feminina ou masculina, e que ambos os sexos possam usá-la…” (fonte FFW).
Bom, como podemos perceber a moda também reflete sobre o empoderamento feminino. É o momento da mulher apoderar-se de seus direitos para comunicar-se e mostrar-se como bem quiser e lhe convier. Só mesmo assim, em total liberdade, do corpo, das roupas, das escolhas é que podemos compartilhar de um mundo justo.
Por hoje é só, abraços!
(Por Entrelinhas Consultoria – www.entrelinhasconsultoria.com.br)
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