Um dos melhores shows de jazz a que assisti em muitos anos foi este do Greg Lamy Quartet, na noite de quinta-feira, dia 20 de agosto, no Teatro do Sesc Campinas.
Liderado pelo super guitarrista estadunidense radicado em Luxemburgo, Greg Lamy, o quarteto é formado pelo impressionante saxofonista Damien Prud’Homme, o excelente baterista Jean-Marc Robin e o grande contrabaixista-galã Gautier Laurent.
Uma parceria entre Aliança Francesa de Campinas e Sesc local, o show faz parte das comemorações dos 130 anos da Aliança Francesa no Brasil, assim como o recital há três semanas do estupendo violoncelista francês Romain Garioud e o ótimo cravista brasileiro Fernando Cordella.
No release do show pode-se ler: “Greg Lamy tem-se destacado como um guitarrista de discurso elegante, som limpo e criatividade melódica a lembrar mestres lendários como Wes Montgomery e Jim Hall. Os músicos do Greg Lamy Quartet possuem uma relação de cumplicidade, inspirada e exigente, onde, além do prazer de tocar juntos, se expressam plural e individualmente.”
Greg Lamy já esteve presente nos palcos de inúmeros clubes e festivais na Europa e EUA, incluindo o 55 Bar em Greenwich Village, Knitting Factory e Winter Jazz Festival.
O músico estudou na festejada Berklee College of Music, em Boston (EUA), e trabalha entre Luxemburgo e Paris.
O quarteto, criado em 2007, já gravou dois álbuns: “I See You” (2009) e “Meeting” (2013), assinado pela gravadora Igloo Records. O saxofonista original do grupo é Johannes Mueller.
No show da semana passada, eles tocaram apenas composições próprias de Greg Lamy. Uma melhor e mais inventiva que a outra. Músicas com nomes curtos como “Cachorro”, “Eclipse”, “Serge”, com melodia, harmonias e ritmos pra lá de complexos.
Os quatro são instrumentistas de primeira linha, que poderiam tocar em qualquer festival top de jazz do mundo e que só confirmam uma frase que eu repito muito: “Músico bom costuma e gosta de tocar com músico bom”.
O público, que quase lotou o teatro, foi à loucura, aplaudiu e gritou muito a cada música. O show começou às 20h35 e foi até 21h50, sempre em altíssimo nível. Greg falou pouco e sempre em inglês, assim como Romain Garioud há duas semanas. Agradeceu muito ao final e disse que estava muito feliz por tocar em Campinas.
Ao final, os músicos, muito simpáticos, foram logo ao foyer do teatro autografar CDs e tirar fotos com quem quisesse.
A única crítica que fiz à Celine, da Aliança Francesa, que veio falar comigo ao final, é que eu e o Milton achamos estranho, por uma questão institucional e não pessoal, os músicos deste e do recital anterior, terem falado com o público em inglês em vez de em francês com tradução simultânea, como costumava ocorrer nos tempos da inesquecível e saudosa diretora da AF Campinas, Peggy Ferreira-reis Giordano. Ela achou a crítica construtiva (e é) e respondeu que havia pensado em pedir a algum professor para traduzir (“mas quase todos dão aula na quinta à noite”) e vai avaliar com carinho a possibilidade de contratar um intérprete para os próximos eventos culturais promovidos pela AF.
Fotos: Danilo Leite Fernandes
Newsletter:
© 2010-2025 Todos os direitos reservados - por Ideia74