Liquidificultura

“Ano – Livro – Novo”

por César Póvero
Publicado em 8 de janeiro de 2014

Começar um ano, talvez se torne banal, ou não? Possivelmente repetitivo, será? Acredito que não. Afinal isso só acontece uma única vez ao ano, e por mais que a gente fale que o ano passou rápido demais, é um ano. Ano que foi… ano que vai. Ano que vem. Ano que chegou pra contar histórias.

Não gosto de falar em ano velho ou em ano que morreu, afinal só porque passou não está morto e enterrado, apenas arquivado na gaveta do destino. Não morreu, estará sempre vivo na memória. Temos só que tomar cuidado pra não viver de passado como um museu. Museus são ótimos, mas entramos e saímos, por isso não podemos viver de saudosismos e passado empoeirado, fungos, mofo. Afinal quem olha pra trás vira estatua de sal. Diria a mulher de Lot. Mas passado é bom sim, como biblioteca onde se faz analogias, estudos, análises para não se repetir os erros.

Iniciar um novo ano tem aroma de pão quente, de roupa limpa, a clareza de um novo caderno, o cheiro de abrir um novo livro e devemos sentir e saborear com calma, atenção e valorizar cada página.

Um ano novo e suas atitudes podem começar já no final do anterior, ou pra quem é mais lento um pouco depois, é ideal depois das férias e com a alma reciclada tomar as decisões de mente arejada.

O importante é começar a escrever nesse novo caderno, é uma nova chance, mais um ano de vida e de oportunidades que nos são dadas, às vezes parece até que não existem, mas é preciso ver se estamos deixando os caminhos abertos, as portas e janelas de nossas vidas ou apenas um alçapão devem estar destrancados.

O ano que começa nunca pode ser um filme reprise, impossível. É como o teatro, mesmo que o texto e o elenco se repita a cada dia do ano, nunca é igual, improvisos, erros e acertos mudam o tom trazendo um frescor de originalidade.

Cada ano novo, de novo, é uma nova estreia, cabe a cada um fazer jus ao grande espetáculo da vida. Escrever um novo capítulo ou se escrever muito, muitos capítulos para um único ano, vai do ritmo das novidades, da ação e reação de cada um diante dos fatos. Afinal como sempre digo “Ele” deveria ganhar todos os anos o Nobel de Literatura, o Oscar de melhor roteiro original.

Vivendo… escrevendo…

No palco da vida…

Primeiros dígitos… linhas… palavras…

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