“Nossa terra tem palmeiras onde canta o sábia”- Terra tão despudorada no carnaval recheado de nudez, nas cidades praianas onde a seminudez se estende as ruas e meios de transporte… Porém, nossa dramaturgia, cada dia mais careta, conservadora e politicamente correta, logicamente isso não se limita somente a dramaturgia – personagens da ficção não podem fumar, não podem ser preconceituosos, nada! Se esquecem que aprendemos coisas também pelos maus exemplos, se tudo caminhar assim certinho, tudo será muito chato.
A nossa TV paga ou fechada é menos careta que a TV gratuita ou aberta, a dos americanos também, porém, eles “tão cheios de moral”, – o bom exemplo é a rede Blockbuster, a locadora da família não locar pornôs. Ideal bem do tipo: gente de família não faz e nem vê essas coisas! Por outro lado, é na Terra do Tio Sam onde mais se faz e se enriquece com a indústria pornô.
Mesmo parecendo tão cheios de recato perto de nós – país do carnaval e dos glúteos expostos – a produção da TV paga deles – vale lembrar – produção própria é bem menos careta que a nossa. Há vários exemplos de sucesso, um dos mais simples e recentes é…“Girls” – uma série da HBO é a prova disso. Criada e estrelada por Lena Dunham (Hanna Horvath). A série que mostra a vida como ela é, com quatro garotas reais e sem glamour. Um “Sexy in the City”! Versão underground. Traz o desafio de ter a protagonista gordinha e não a previsível gostosa. Com cenas de drogas, nudez e diálogos criativos e inteligentes cheios de neuroses e inseguranças. Já iniciando a segunda temporada em 2013.
Quando ouvi sobre a série, eu bem que torci o nariz achando que se travava de uma série “teen” com questões “teens”, mas não.Apesar de estarem vivendo a fase dos “20 anos”, as questões são tratadas com realidade, o que traz um frescor.
Exibida pelo canal pago HBO desde o ano passado, “Girls” se provou sucesso de público e crítica. Em 2012 foi uma das séries com maior número de indicações nas principais categorias do prêmio Emmy. Em 2013 os Globos de Ouro a consagraram com os prêmios de Melhor Série de Comédia ou Musical e Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical.
“Girls” narra a história de Hanna Horvath, uma aspirante a escritora que precisa se virar sozinha depois que seus pais decidem retirar o apoio financeiro. Há também Marnie (Allisson Williams), a patricinha travada. Jessa (Jemima Kirke), a alternativa descolada e Shoshanna (Zosia Mamet), a caipirinha virgem, prima de Jessa que adora “Sex and the City”.
E as nossas garotas, são criativas? Dramaturgia bem criativa brasileira está acontecendo no canal pago Multishow, vale lembrar – “Meu passado me condena”, “Do Amor”, “Amoral da História”, “Adorável Psicose”, “Vendemos Cadeiras”, etc. Onde estão as nossas garotas criativas da dramaturgia brasileira, será que estariam sendo vendidas como escravas brancas na Turquia? Acho que não.
Por falar em “Girls” vale conferir a banda de indie rock – Girls – surgiu na segunda metade da década de 2000 em San Francisco, Califórnia. O duo formado por Christopher Owens (cantor/compositor) e JR White (baixo/produtor) lançou dois álbuns bem recebidos pela crítica: ‘Album’ (2009) e ‘Father, Son, Holy Ghost’ (2011). Surpreendentemente, Christopher Owens saiu da banda em julho de 2012 para seguir carreira solo. Seu primeiro álbum, intitulado ‘Lysandre’, foi lançado em dezembro de 2012 pelo selo Fat Possum.
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