Em cartaz: educação infantil também está no cinema

Em meio a personagens fofos fantasmagóricos que não põem medo em ninguém, o Hotel Transilvânia, filme infantil em cartaz nos cinemas (veja a programação em Campinas), recorre a um tema também trabalhado em Procurando Nemo – novamente nas telonas na versão em 3D –, Alvim e os Esquilos 3 e Enrolados: a difícil missão de educar o filho para o mundo e não para si. Cada um a seu modo e com variantes no enredo, os longa metragens expõem aos marmanjos que acompanham as crianças ao cinema como é complicado deixar o egoísmo de lado, mostrar o funcionamento do mundo e orientar qual o melhor caminho nas mais diversas situações que o filho pode vir a enfrentar.

É gostoso, cômodo e alentador criar o rebento de forma que você seja imprescindível na vida dele. Mas vai chegar o tempo em que os pais não são mais o centro das atenções. Sem falar que não vivem para sempre.

Há uma grande e tênue diferença em ‘proteger segurando’ e ‘proteger soltando’. Conheço pessoas que fazem as duas coisas. Parecem lamentar que os filhos ainda não conseguem ficar longe – passar a tarde na casa do amigo, dormir uma noite fora, participar de uma festa de aniversário sem sua companhia – mas não os incentivam. Aceitam a primeira lamúria de bom grado sem nenhum tipo de convencimento para fazer o contrário.

Educar de maneira a sair de cena gradativamente da vida do filho machuca o coração. Vê-lo se virando, tomando decisões sozinho, conquistando coisas com ideias próprias e saindo correndo pra encontrar o amigo sem nem dar uma olhadinha para trás nos faz sentir que logo conseguirão viver sem nós. E isso é bom?!

Claro que é. Muito bom para quem você ama – vai ser uma pessoa que sabe lidar com as novidades – vai ser bom pra você, que vai sentir um tremendo orgulho do ser humano que deu condições e meios de aprender a enfrentar a vida. Faça com que o futuro de sua família tenha um final feliz como os filmes infantis.