Todos que possuem um cargo público, seja de vereador, prefeito, secretário, ministro, etc, são chamados de “pessoas públicas”. Há quem seja uma pessoa pública, como meu pai Guilherme Campos, que, sem nunca ter ocupado um cargo público, foi um homem público pelo seu envolvimento com a cidade de Campinas em diversas esferas. Fiz esta reflexão após ouvir um comentário curioso no último final de semana.
Fui a festa junina da Sociedade Hípica de Campinas. Como todos os anos levei meus filhos, esposa e outros familiares para aproveitar as brincadeiras da festa, as comidas, encontrar os amigos, enfim, um ritual clássico de um sócio frequentador do clube como faz a grande maioria dos presentes na festa. Por ser uma festa muito famosa é tradição a diretoria do clube convidar muitos políticos para participarem da festa e, este ano, compareceram muitos, inclusive pré-candidatos à Prefeitura de Campinas.
Lá pelas tantas, uma pessoa ao me ver em um momento familiar e descontraído, lançou o seguinte comentário:
– Guilherme, você é pré-candidato a prefeitura?
Respondi que sim, assim como outros presentes na festa.
– Mas você está aí, tranquilo, com a sua família, definitivamente você não será candidato a prefeito.
Ou seja, as pessoas tendem a imaginar que “pessoas públicas” são políticos 24 horas, direcionam suas ações sempre pensando em política, não têm uma vida pessoal, enfim, é um pré-julgamento presente no pensamento difícil de quebrar. O normal, naquela ocasião, seria me ver cumprimentando a todos, mesmo as pessoas que eu não conheço, deixando minha família de lado, etc. De tudo isso fiquei sujeito a mil interpretações dos demais presentes na festa, mas de uma coisa tenho certeza: consegui aproveitar meu final de semana de folga com a família.