A exposição “ReExistir”, que integra a programação da 10ª Mostra Luta!, em cartaz no Museu da Imagem e do Som de Campinas, é a primeira intervenção do coletivo feminino “Carolinas”, formado pelas fotógrafas Cintia Antunes, Fabiana Ribeiro, Gabriela Zanardi, Sandra Lopes e pela especialista cultural, Juliana Siqueira. A abertura será nesta quarta-feira (25), a partir das 19h, seguida de roda de conversa com as autoras e convidadas. A entrada é gratuita.
A mostra reúne 20 imagens impressas em tecido nas dimensões 1,20 metro x 0,80 centímetros. A opção por este tipo de suporte é uma das propostas do grupo que busca a tridimensionalidade das imagens, uma vez que o tecido tem movimento e interage com o espaço.
A fotógrafa e arte-educadora Cintia Antunes foi buscar na adolescência o protagonismo de suas imagens. “Somos únicas quando reconhecemos a beleza da diversidade, nos amamos, respeitamos e potencializamos o melhor de nós”, afirma.
As fotos são registros das atividades que desenvolveu durante a oficina de fotografia do projeto “EmPodera”. “A adolescência é uma fase de muito embate a respeito de identidade, sofremos uma pressão gigantesca sobre os padrões de beleza, é nessa faixa etária que temos que desconstruir e empoderar.”
O “instante decisivo”, famoso conceito criado por Henri Cartier-Bresson (1908-2004), está na concepção e estética da profissional Fabiana Ribeiro. Através do olhar forte e certeiro das meninas da Comunidade Nelson Mandela, liderada por mulheres, o registro pulsante do fotojornalismo. As imagens pontuam vários momentos da comunidade, desde a reintegração de posse, o local provisório onde as famílias permanecer por um período e o novo espaço de ocupação na região dos DICs (Distritos Industriais).
A mulher, o seu corpo, a autoaceitação e a liberdade de escolha. O olhar intimista, feminista e poético traz o universo feminino para o centro das discussões da fotógrafa Gabriela Zanardi.
Os tempos de ódio, intolerância e desrespeito, “onde se discute a ‘cura gay’ e a escolha da opção sexual é considerada ‘doença a ser tratada’” estão nas cenas da fotógrafa Sandra Lopes. “Corpos e nudez que existem na arte desde que o homem começou a desenhar e pintar paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre na pré-história, conhecida como arte rupestre”, destaca.
“É importante estar no espaço público e poder empoderar linguagem e voz feminina que sofrem constantemente com as tentativas de silenciamento muitas vezes brutal. Ocupar os espaços e discutir dentro deles as questões das mulheres, trabalhadoras, negras, indígenas, estudantes, LGBTs, movimentos sociais e problematizar as discussões e conteúdos para a reconstrução democrática”, reflete o coletivo.
O nome “Carolinas” surgiu da ideia de incluir as diferentes linguagens femininas fotográficas e suas autoras. Uma homenagem à escritora negra Carolina de Jesus é à educadora Carolina Florence e “a outras mulheres expressivas da história da fotografia, como Vivian Maier, Diane Arbus, Helen Levitt, Dorothea Lange”. O coletivo cita, ainda, Gerda Taro, “a primeira fotógrafa a morrer em uma guerra, e que é muitas vezes ofuscada pois várias de suas fotografias são atribuídas ao companheiro da época, o fotógrafo Robert Capa”. “No Brasil”, complementa, “Alice Brill, Claudia Andujar, Nair Benedicto, Monica Zaratinni, Marlene Bergamo são nomes emblemáticos da fotografia”.
Na diversidade de linguagens, “Carolinas” tem a proposta de ser inclusivo e agregar a produção feminina local no processo de democratização de imagens e informações.
Exposição fotográfica “ReExistir”
Local: Museu da Imagem e do Som (MIS) – Palácio dos Azulejos. Rua Regente Feijó, 859, Centro – Campinas
Data: de 25 de outubro a 26 de novembro
Horário: abertua (25/10), às 19h; visitação – terça a sexta, das 10 às 20h; sábados, das 10 às 16h
Entrada: gratuita
Fonte: assessoria de imprensa
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