Essa é mais uma matéria da série “viagem-teste”, na qual avaliamos o novo Toyota RAV4, recém-chegado ao Brasil. O nosso objetivo é sempre avaliar o veículo dentro de sua proposta, inclusive tendo como foco o tipo de público alvo que pode comprar esse veículo. Portanto, o novo RAV4 foi avaliado em uma viagem de quase 500 KM, cujo destino foi o norte do Paraná, onde está situado o Aguativa Golf Resort.
O Aguativa Golf Resort
O Aguativa Golf Resort fica no município de Cornélio Procópio (PR). O nome do hotel é derivado das fontes de “Água Mineral Ativa” que foram descobertas em 1950, por caçadores. A primeira parte do hotel foi construída em 1968. Desde a sua fundação o hotel passou por diversas mudanças estruturais, sendo considerado hoje, um dos melhores resorts de campo do Brasil.
O hotel tem o melhor parque aquático do sul do país. Todo complexo é abastecido com água da fonte mineral. Isso proporciona temperatura agradável em todas as estações do ano, pois a água é quente. São 11 piscinas no total, sendo: três de biribol, uma infantil coberta, uma com hidros individuais, duas piscinas com turbilhões, toboágua com três pistas (com mais de 17 metros de altura e 72 metros de extensão), cascata, splash bar, prainha e ilha. Existem piscinas para todos os tipos de gostos e necessidades. E se o tempo realmente não estiver bom, uma piscina interna e aquecida é a solução. Para quem quer algo mais privativo, algumas Jacuzzis para até quatro pessoas, estão disponíveis ao redor da piscina interna.
O Campo de Golfe do hotel, inaugurado em 2005, é outra grande atração do resort. Ele ocupa uma área de 300 mil metros quadrados. Esse campo tem par 70 para 18 buracos, sendo pares 3 com média de 130 jardas, pares 4 com média de 320 jardas e pares 5 com média de 500 jardas. O campo conta com surpresas do tipo bancas e lagos, posicionados em pontos estratégicos.
Dicas:
Ao visitar o hotel, algumas coisas não podem deixar de serem feitas. Uma delas é experimentar as frutas em caldas servidas como sobremesa, tanto no almoço quanto no jantar. Trata-se do projeto Aguativa Sabores. São mais de 10 tipos de produtos fabricados de forma artesanal no próprio hotel e servidos aos hóspedes. Esses doces em calda são produzidos artesanalmente, e não têm nenhum tipo de conservante. Dentre os vários sabores tem-se abóbora (em pasta ou com pedaços em calda), abóbora com coco, goiaba (em pasta ou com pedaços em calda), goiaba cascão, banana (em pasta), abacaxi (com pedaços em calda), coco ralado (em calda) e mamão (com pedaços em calda). E isso faz tanto sucesso, que essas delícias também podem ser adquiridas em potes, para se levar para casa!
Entre as atrações que envolvem animais no hotel, uma que faz enorme sucesso é o momento de dar a mamadeira para as carpas.
Outro detalhe muito interessante do hotel é a mesa “marcada” para o hóspede. Ou seja, durante toda estada o hóspede senta sempre na mesma mesa, que só pode ser utilizada por ele.
Por fim, é importante saber que celulares da Claro e da Oi não tem sinal em toda região do hotel. Apenas TIM e Vivo funcionam adequadamente no local
O “assalto a mão armada” durante a viagem
Ainda que os quase 500 KM da viagem sejam feitos por estradas em boa condição de rodagem, os pedágios cobrados só podem ser caracterizados como “assalto a mão armada”. Custa cerca de R$ 70, cada trecho de 500 km! Por esse preço, as estradas deveriam ser todas de pista tripla com largos acostamentos, asfalto igual ao das estradas norte-americanas, telefones de emergência a cada quilometro e ainda posto de “café” gratuito com áreas de descanso, em todas as praças de pedágios. Mas, é claro que não é isso que acontece.
Boa parte do trajeto acontece em pista dupla, dentro do estado de São Paulo, nas rodovias Castelo Branco e João Batista Cabral. A outra parte é em pista simples, com poucos pontos de ultrapassagem, dentro do estado do Paraná, na BR 369. Existe um trevo próximo a Ourinhos (em SP) que é uma verdadeira confusão. Aliás, já era uma confusão há 10 anos. Em obras atualmente, está muito mal sinalizado (inclusive com placas incorretas) e exige total atenção do motorista.
A parte boa da viagem
Ainda que o valor cobrado nos pedágios beire a imoralidade, existe a vantagem da quase totalidade da viagem acontecer em estradas privatizadas. Isso é a garantia de não encontrar buracos no piso de rodagem, além de sistema de apoio para todos os tipos de emergências.
Dicas:
Tanto na viagem de ida, quanto na viagem de volta, existem algumas opções de postos de gasolina com bons restaurantes. Assim, programar um belo jantar, não é problema. Porém, vale destacar que tais opções estão apenas no trecho da Castelo Branco, que vai do KM 54 ao KM 250. Mas para quem procura uma opção “temática”, a dica é o Castelinho da Pamonha (tem na ida e na volta) na Castelo Branco. Muitas opções, sempre com milho no tema principal.
Na altura da cidade de Bandeirantes (já no PR e próximo ao hotel), existe um novo trecho rodoviário que sai da BR 369, e contorna a cidade por fora. Trata-se de uma estrada estadual. Logo adiante, ele retorna para a BR. Assim, a numeração da quilometragem muda nesse trecho. O Aguativa fica na outra ponta da cidade de Cornélio Procópio.Quem vai de São Paulo, precisa cruzar a cidade inteira, e rodar mais uns 10 km para chegar ao Resort.
Por fim, fica a dica para quem vai ao resort num final de semana, marcar a volta saindo antes das 16 hs. As estradas do norte do Paraná, contam com paisagens únicas, que só podem ser apreciadas na claridade. A partir da divisa do estado de São Paulo, não há muito o que contemplar.
O Novo Toyota RAV4
A marca define esse veículo com um utilitário esportivo urbano. Mas na prática, trata-se de um Crossover com certa capacidade no fora de estrada. Totalmente diferente, e vem com novo desenho externo. O novo RAV4 também ganhou mais espaço interno e conta com novas opções de motores e transmissões. A versão avaliada aqui é a topo de linha, com tração integral e motor quatro cilindros de 2.5 litros.
Estilo
Baseado no conceito “keen look”, o exterior do Novo RAV4 já incorpora a nova identidade visual dos veículos da Toyota, que estreou no Novo Auris (não vendido no Brasil), e que dará o tom em grande parte dos veículos da marca num futuro próximo. A expressão “keen look” é inspirada no olhar focado de um atleta de alto rendimento antes do início de uma competição.
Nesta geração, o estepe foi retirado da tampa do porta-malas. O estepe continua com a mesma medida do pneu de rodagem. Com isso, a abertura da tampa traseira passa a ser para cima (antes, abria para o lado). O espaço para bagagens é generoso com 476 litros, ainda que o estepe interno roube um pouco desse espaço.
Interior
Segundo a Toyota, o novo interior foi inspirado em fatores humanos. O painel dianteiro é assimétrico e oferece controles de fácil acesso. A iluminação dos instrumentos é do tipo Optitron azul (que se adapta a luminosidade externa), o que torna a leitura das informações nítida e agradável.
Quando comparado à geração anterior, observa-se melhorias. São nítidas as evoluções no conforto e espaço. A oferta de porta-objetos também melhorou no novo RAV4. Dificilmente, alguém notará falta de compartimentos para acomodar carteiras, celulares e outros objetos.
Uma das características do novo RAV4 são os bancos traseiros com inclinação do encosto. São raros os veículos que oferecem isso. Mesmo quem viaja atrás, pode relaxar com mais conforto numa viagem mais longa. O passageiro que vai no centro do banco traseiro também teve seu espaço aumentado com um túnel central praticamente plano. Todas as cinco posições contam com cintos de segurança de três pontos e encostos de cabeça. Os cintos dianteiros incluem a regulagem de altura.
Equipamentos
Ainda que a central multimedia do RAV4 não traga o GPS, ela é boa nas conexões e recursos. Pra começar, vem com tela touch-screen colorida. Também oferece conectividade para pendrives e tem suporte a conexão bluetooth, tanto para viva-voz, como reprodução de música sem fios. Através do bluetooth também é possível trocar as faixas das músicas.
Os controles do volante são de fácil utilização. Qualquer pessoa consegue entender rapidamente seu funcionamento. Através deles pode-se controlar o sistema de som alternando as fontes de áudio, o volume e as trilhas. Também dá para iniciar e finalizar uma chamada celular, quando conectado por bluetooth.
Um equipamento muito legal do novo RAV4 é a chave presencial. É possível abrir e fechar as portas, sem tirar a chave do bolso, além de dar a partida por meio de um botão no painel.
O novo RAV4 vem com banco do motorista com ajustes totalmente elétricos, e o aquecimento em dois níveis está disponível para motorista e passageiro.
O ar-condicionado é digital e automático com dupla zona. Um detalhe a mais é a saída montada na parte superior do painel, no centro do carro. A função dela é direcionar o ar para o banco traseiro.
A versão avaliada estava equipada com teto-solar elétrico e forração do em couro. Além dos bancos, partes dos painéis também trazem esse tipo de forração.
Motor e câmbio
O modelo avaliado, na versão topo de linha, vem equipado com motor à gasolina Dual VVT-i (duplo comando de válvulas variável) 2.5 litros – 16V quatro cilindros, com uma transmissão automática de 6 marchas. Esse motor gera potência máxima de 179 cavalos (a 6.000 rpm), com torque máximo de 23,8 kgfm a 4.100 giros.
A transmissão automática de 6 marchas incorpora a tecnologia Super ECT. Trata-se de um recurso que analisa as condições de uso do veículo (ladeira, subida, trânsito etc) e, em função disso, seleciona a marcha mais adequada para a condição encontrada.
Dentro do programa de etiquetagem do INMETRO, o motor 2.5 ganhou nota “B” em eficiência no consumo de combustível, com média declarada de 8,7km/l na cidade e de 10,9km/l na estrada.
Desempenho
O novo câmbio automático de seis marchas é um item que faz toda a diferença do conjunto motriz do RAV4. Além de uma dirigibilidade muito suave, ele permite uma verdadeira economia de combustível. Mesmo o RAV4 pesando 1.630 kgs e sendo um carro grande, a média é de fazer inveja a maioria dos crossovers.
Durante a viagem, o consumo apresentou variações. Ele ficou em torno de 8 l/100km no trecho da Castelo Branco. Já no estado do Paraná, onde é maior a quantidade de subidas e descidas, a média caiu para perto de 11 l/100km. Faltou a indicação de km/l, mais usado pelos brasileiros.
A Tração 4×4
Com relação à tração 4×4, o sistema é integral e distribuído nos eixos dianteiro e traseiro, sob demanda, com controle eletrônico Active Torque Control. Em situações normais, a tração fica apenas nas rodas dianteiras. O gerenciamento transfere até 50% da tração para o eixo traseiro, dependendo da necessidade. Há ainda bloqueio de diferencial, acionado por um botão ao lado esquerdo do volante. Ele divide a força da tração em 50% entre os eixos. Porém, este bloqueio funciona somente até 40 km/h, desligando-se automaticamente depois disso.
Dirigibilidade
A dirigibilidade do novo RAV4 também é de fazer inveja a muitos sedans que se dizem de luxo. A ergonomia é excelente para todos, e melhor ainda para o motorista, que consegue ajustar tudo para uma posição excelente ao volante. O banco tem conforto ímpar, mostrando toda sua superioridade numa longa viagem, exatamente como o carro foi testado.
Somado a isso, tem-se a direção com assistência elétrica. Em baixa velocidade, ela é tão leve como qualquer carro compacto. E na estrada, tem a firmeza necessária para uma condução segura.
Outro ponto que contribui com o elevado nível de prazer ao volante é o preciso ajuste da suspensão. No fora-de-estrada, ela consegue absorver de modo eficiente as irregularidades do piso. E na estrada, mesmo em curvas apertadas das rodovias do norte do Paraná, o RAV4 continua sempre “na mão”, mesmo em manobras mais exigentes, como ultrapassagem com troca rápida de pista.
As deficiências
Um ponto que incomoda nessa nova geração do RAV4 é a falta do batente hidráulico, na suspensão. Isso faz com que seja produzido um barulho muito alto, quando o carro “salta” lombadas. O fato ocorre quando a suspensão é “esticada” rapidamente, após uma saltar a lombada. E sem esse componente, o barulho é alto, ainda que não exista dano a suspensão.
Outro problema no RAV4 é a falha da vedação das saídas laterais do ar no painel. Mesmo fechadas, elas continuam a vazar ar. Pior ainda são as saídas centrais, que nem tem controle de fechamento. A única forma de bloquear a entrada do ar (mesmo com tudo desligado) é fechar a recirculação do carro. Outro detalhe que deixa a desejar são as luzes de leituras dianteiras. A luz do passageiro atrapalha o motorista durante a noite.
Faz muita falta também o GPS embutido, no sistema de som do carro. Fato importante é observar que tanto o sedan Corolla, como a picape Hilux e o SUV SW4 trazem GPS de fábrica, com um excelente mapa do Brasil. Mas como o RAV4 é importado de fora do América Latina, ele não vem com o sistema de GPS.
Preço e mercado
O Novo RAV4 está disponível nas cores: branco perolizado, prata metálico, cinza metálico, verde escuro metálico e preto metálico. A versão topo de linha com tração 4×4 e motor 2.5 litros sai por R$ 120 mil. Os principais concorrentes são o Mitsubishi ASX e o Honda CR-V. Segundo a Toyota, essa versão topo de linha terá apenas 10% dos mix do volume total. O público alvo do modelo são os casais de alta renda, com filhos. A garantia do novo RAV4 é de 3 anos sem limite de quilometragem.
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