Novo Fusca da Volkswagen

O novo Fusca é a segunda reinterpretação de um mito da Volkswagen. O pequeno carrinho criado originalmente para ser acessível ao povo, chega agora numa releitura completamente diferente da sua proposta original. Pra começar, trata-se do Fusca mais potente e sofisticado de toda história.

A primeira releitura do clássico aconteceu em 1998, trazendo o nome de New Beetle. Nessa oportunidade, ainda que o carro fosse muito mais moderno, maior e potente que o original, o New Beetle ainda era um modelo de desempenho similar aos demais carros, diferenciando-se apenas pelo design.

Agora, o novo Fusca é um esportivo de raça, capaz de superar com folga carros de proposta esportiva. Assim, o atual Fusca torna-se um novo ícone original.

O desafio

Mas para criar esse novo projeto, os designers da Volkswagen tiveram que partir das formas originais do antigo Fusquinha. O objetivo era voltar às raízes do modelo original. O resultado foi um carro feito para o presente, com um tributo ao clássico. E isso é comprovado colocando o original e o novo Fusca lado a lado. Suas linhas de teto são quase idênticas na parte traseira.

Já em comparação ao New Beetle de 1998, tudo mudou. Enquanto o New Beetle de 1998 era definido por três semicírculos (dianteiro, traseiro e um teto arredondado sobre o centro) o novo modelo traz geometria totalmente diferente.O perfil do teto é mais baixo e pode ser considerado uma continuação do conceito Ragster (um Hot Rod baseado no New Beetle, mostrado no salão de Detroit em 2005). O novo Fusca é mais ousado, mais dinâmico e mais robusto.

O nome histórico

Nessa nova Era, a Volkswagen inovou e deixou livre a escolha, de acordo com o nome (ou apelido) que o modelo recebeu em cada mercado ao longo da sua história. O motivo disso visava criar maior empatia com os clientes. Além disso, o nome New Beetle, distanciava muito o produto do modelo clássico, além de ser difícil pronuncia em alguns mercados.

Assim, foram resgatados os nomes e apelidos originais. Na França, o novo carro é chamado de “Coccinelle”, nome já utilizado no passado naquele país. Na Itália, o modelo resgatou o nome Maggiolino. No Brasil não poderia ser diferente. O Fusca é um dos carros mais lembrados, reconhecidos e carismáticos da indústria automobilística nacional.

Certamente, o nome Fusca traz uma força única a nova releitura. Mesmo que o novo Fusca seja um carro para poucos, muitas pessoas que se quer entendiam o “New Beetle”, agora conseguem ver no Novo Fusca um carro de desejo, mesmo que seja um ícone muito difícil de alcançar.

Dimensões

O novo carro é maior quando comparado ao New Beetle. Ele é 8,4 cm mais largo e 15,2 cm mais longo. Porém ficou 1,2 cm mais baixo. O aumento no comprimento permitiu que o teto fosse mais estendido, o para-brisa deslocado para trás e a seção dianteira pudesse seguir o contorno do Fusca original.

Tais mudanças permitiram também um maior espaço no interior do carro. Nos bancos da frente, a ergonomia é excelente. O motorista fica em posição mais esportiva. Outra melhoria aconteceu no banco traseiro. Um detalhe importante é que, tanto o New Beetle quanto o novo Fusca levam apenas duas pessoas no banco traseiro. No New Beetle, o desenho do teto em semi-círculo deixava os passageiros de trás desconfortáveis. O pescoço e a cabeça do passageiro ficavam expostos, pois o teto não cobria totalmente. Além disso, a cabeça batia na junção do vidro traseiro com o teto. No novo Fusca o problema foi integralmente resolvido. O espaço lateral também melhorou. Mas o conforto ainda está longe de um hatch-back tradicional. Ou seja, o banco traseiro é apenas para transporte ocasional. Pessoas com mais de 1,80m ficam desconfortáveis.

Por fora

Várias características do Fusca original foram preservadas. Algumas das mais marcantes são os para-lamas salientes, o design das lanternas traseiras, a forma do capô, as soleiras laterais e das portas, e a capacidade de receber rodas grandes (até 18 polegadas).

Um item novo é o defletor traseiro, que se integra ao design. A Volkswagen diz que ele ajuda o modelo a melhorar a estabilidade em alta velocidade.

O Fusca é o único Volkswagen atual (em todo mundo) com faróis redondos, fora do estilo global da marca. E como todo modelo topo de linha da VW, pode trazer faróis bi-xenônio opcionais. Essa opção também inclui luzes diurnas, cada uma com 15 LEDs posicionados ao longo da borda externa do farol.

Outro diferencial é a ausência dos arcos das portas. No Fusca, os vidros das portas se conectam diretamente ao teto do veículo, dando uma aparência mais limpa ao visual.   No novo Fusca, de fábrica, as rodas são de liga-leve modelo Spin com 17 polegadas. Esta roda é exclusiva do Fusca, que ainda pode ser equipado com as rodas modelo Twister (também com cinco raios, mas com a parte interna de alumínio claro e a externa em preto fosco). Há, ainda, a opção de equipar o modelo com rodas de liga-leve de 18 polegadas.

Por dentro

O espaço interno é marcado pelos detalhes, mesclando elementos clássicos com alta tecnologia. Um deles é o para-brisa dianteiro recuado, que remete ao mundo dos carros clássicos. E o painel de instrumentos, combina novas tecnologias com um porta-luvas superior, exatamente no estilo do Fusca original, abrindo para cima. Existe um segundo porta-luvas na parte inferior semelhante aos demais carros. Fica a ressalva que faltou uma luz no interior de ambos os compartimentos.

O formato do painel remete à época do primeiro Fusca, porém num estilo moderno. No Fusca o painel conta com acabamento simulando fibra de carbono, e painéis das portas e detalhes no volante pintados em preto brilhante. Outro detalhe resgatado do carro original são as alças de segurança montadas na coluna “B”, que ajudam no acesso das pessoas ao banco traseiro.

À esquerda do volante pode-se regular a intensidade da iluminação dos instrumentos. Mas a parte interessante está numa segunda escala mostrando “0”, “r”, “w” e “b”, que altera as cores de parte da iluminação ambiente entre vermelho, branco e azul. Essa iluminação indireta fica nos painéis de acabamento das portas, e nos anéis luminosos ao redor dos alto-falantes das portas dianteiras.

No mostrador principal, em frente ao motorista, são três instrumentos: conta-giros, velocímetro e indicador do nível do tanque. Como o Fusca original refrigerado a ar, os instrumentos auxiliares de temperatura de óleo, cronômetro e medidor de pressão do turbo, ficam na parte superior do painel.

O cronômetro tem uma operação interessante. Ele também pode ser programado para iniciar a contagem, quando o motorista acelera do carro, a partir da imobilidade. Para quem quer testar o 0 à 100 do carro, é um “prato cheio”. Já o medidor de pressão do turbo, fica sempre variando, de acordo com a condução do carro e o pé do motorista no acelerador.

Onde o Fusca original tinha o motor, agora fica o porta-malas. O espaço consegue ser um pouco melhor que outros hatch-backs compactos. São 310 litros, que podem ser ampliados para 905 litros com os bancos traseiros rebatidos.

Equipamentos

Por dentro, o Fusca oferece assentos dianteiros esportivos com apoio lombar, volante de três raios com acabamento de couro, alavancas do freio de mão e do câmbio com acabamento de couro, soleiras das portas e pedaleiras com acabamento de alumínio e faróis de neblina com luzes de curva estáticas.

A forração dos bancos em couro Native é de série está disponível em dois tons (preto ou bege). Há a opção de revestimento de couro Vienna nas cores preta ou bege e as combinações bicolores: vermelho & preto ou preto & azul.

Mas o Fusca traz uma extensa lista de opcionais. Entre eles estão: Faróis bi-xenônio e luzes diurnas com LEDs; Teto solar panorâmico com controle elétrico (só pode ser aberto basculando para o lado de fora, e ainda sim abre até a metade); Radio com sistema de navegação (com tela touch-screen, entrada para SD Card; e conexão bluetooth); sistema Keyless Access (Ele opera as portas sem necessidade da chave. Quando uma das maçanetas é tocada, o sistema identifica a chave próxima e destrava o carro. Também permite dar a partida por meio de um botão) e o ParkPilot (sensores de obstáculos dianteiros e traseiros).   Ainda que muito bem equipado, as mulheres podem sentir falta de uma iluminação nos espelhos dos parassóis dianteiros.

O exclusivo Som Fender

Desenvolvido pelo lendário fabricante americano de guitarras e amplificadores, juntamente com a Panasonic, esse sistema de som (outro opcional) está a altura dos melhores disponíveis nessa categoria. O conjunto é composto por dois tweeters instalados nos triângulos dos espelhos das portas dianteiras e mais dois na forração traseira. Eles são equipados com ímãs de nióbio e cones de tecido.

Nas portas dianteiras, mais dois woofers com bobina dupla. Também há woofers nos painéis de acabamento traseiros, porém com bobina simples. Um subwoofer com bobina dupla vem no porta-malas do carro. A peça central é um amplificador de 10 canais, com 400 Watts de potência. Qualidade musical não falta nesse conjunto, mesmo para os mais exigentes.

Motor Turbo e câmbio DSG

Assim como o Jetta TSi, a Volkswagen oferece o novo Fusca com o potente motor 2.0 litros TSI de 200 cavalos. O torque máximo de 280 Nm é atingido já a partir de 1.700 rpm. Com a transmissão DSG (robotizada de dupla embreagem), o Fusca chega a velocidade máxima de 225 km/h (controlada eletronicamente) e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7,5 segundos. Vale destacar que esse motor não é Flex.

Dirigibilidade

Esportividade e desempenho não faltam, ainda mais com o câmbio robotizado DSG, que oferece trocas quase instantâneas de marcha. Aliás, o Fusca é o melhor sucessor do extinto Golf GTI ou do Civic Si. Para quem gosta de muita diversão ao volante, dificilmente encontrará um carro na faixa de R$ 100 mil, que ofereça um desempenho superior ao do Fusca.   Ainda sim, o modelo é um carro gostoso de ser dirigido no dia a dia. A suspensão relativamente macia deixa o carro mais dócil que outros modelos de proposta esportiva.   E quando dirigido de forma suave, o carro ainda pode reservar mais uma surpresa. Na cidade a média de consumo fica na casa dos 8 km/l. Na estrada, à 120 km/h, com ar-condicionado ligado, dá pra fazer até 13,5 km/l.

Segurança

A Volkswagen afirma ter criado um dos carros mais seguros neste segmento. O controle de estabilização eletrônica é de série (e não pode ser desligado). O modelo traz um conjunto de airbags frontais e laterais.

Bloqueio do diferencial

Para assegurar melhor tração ao Fusca, principalmente em curvas fechadas, o modelo vem de série com o bloqueio eletrônico do diferencial XDS. Trata-se de uma evolução do já existente EDS. O XDS melhora a dirigibilidade em curvas rápidas, transferindo o torque da roda que esta patinando para a outra com aderência. Para isso ele utiliza os freios seletivamente para evitar que a roda interna na curva gire em falso.

Preço

O preço base do novo Fusca é de R$ 80 mil com câmbio manual de seis marchas, e por R$ 85 mil com transmissão DSG de dupla embreagem. No total são 11 cores disponíveis, com nomes igualmente criativos. São elas: cores sólidas “Branco Cristal”, “Preto Ninja”, “Amarelo Saturno”, “Vermelho Tornado” e “Azul Denim”. As cores metálicas são “Azul Reef”, “Marrom Toffee”, “Cinza Platinum”, “Prata Sargas” e “Prata Moon Rock”. E ainda há uma cor perolizada: “Preto Mystic”. Com todos os opcionais, o preço do carro passa de R$ 110 mil.

Veja mais detalhes no vídeo: