Foto: obra de Emerson Dias - crédito: Anna Julia Bitelli e Valmir Puertas / divulgação
Campinas terá a segunda edição do “Festival Ocre”, um projeto abrangente de arte urbana que, após movimentar diversos bairros com obras de 16 artistas locais, promove dois grandes eventos de celebração e debate: o “Encontro Festival Ocre 2025”, no dia 29 de novembro, a partir das 13h, na Sala dos Toninhos, com entrada gratuita, e uma visita guiada no dia 7 de dezembro.
O primeiro evento contará com exposição de fine arts, rodas de conversa sobre “Inovação e Tecnologia na Arte”, “Arte Urbana e seus impactos” e “Moda, Atitude e Posicionamento”, além de DJs, feira de arte e customização ao vivo.
Já para o público que deseja ver as obras in loco, haverá a visita guiada gratuita no dia 7 de dezembro, com transporte saindo da Estação Cultura. O festival foi contemplado pelo ProAC Editais – PNAB 2024.
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Com o tema “Ruas que Contam Histórias”, a edição de 2025 apresentou trabalhos desenvolvidos por 16 artistas da região, seis a mais que no ano anterior, explorando linguagens como grafitti, muralismo, escultura, mobiliário urbano, lambe-lambe e stencil.
As obras, realizadas entre junho e setembro, foram espalhadas por dez locais, como Unicamp, Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC), Estação Cultura, e bairros como Ouro Verde, Campo Grande, Jardim Garcia, Aurélia, Santa Lúcia e Padre Anchieta, buscando ampliar o debate sobre a arte urbana para todas as regiões da cidade. Segundo a idealizadora do projeto, a artista muralista Gislaine “Gim” Martins, o festival é essencial para provocar conversas e fomentar a produção artística em uma cidade que, por vezes, é conservadora no entendimento dessa forma de expressão.
Um dos diferenciais desta edição é a tecnologia. Todas as obras possuem placas com qrcodes que direcionam para vídeos com audiodescrição sobre cada uma delas e seus artistas, com conteúdo também acessível em braille. Além disso, as intervenções contam com realidade aumentada, acessada via celular, que sobrepõe camadas digitais à concepção original, criando novas visões para a obra. Thiago Toshio, o tecnólogo criativo responsável por essa parte do projeto, destaca que a tecnologia integra o festival como uma forma de diálogo, ampliando o poder da arte urbana de resgatar e transformar, ao mesmo tempo em que respeita o gesto artesanal.
As rodas de conversa do dia 29 de novembro, com início às 14h, contarão com a participação de diversos nomes, incluindo Gim Martins, Thiago Toshio, Renata Chebel, Marta Henriksen, Katia Suzue, Vanusa Nus, Fabiano Carriero, Enivo, Felipe Grimaldi, Toxico, Cris Mendes, Eduardo Vilas, Joyce Pedroso e Érick Dantas. Ao longo do Encontro, os DJs Gabbs e Clandestina se apresentam, e o público poderá conferir a feira de arte e o espaço de customização de peças. Será exibido também um documentário imersivo que mostra a execução das obras, a ser assistido por óculos de realidade virtual, e um segundo documentário, filmado ao longo do processo do festival, será lançado posteriormente no YouTube.
A visita guiada no dia 7 de dezembro, que sairá da Estação Cultura em horário a ser definido, permitirá ao público conhecer as obras em profundidade. O transporte é gratuito e orientadores apresentarão detalhes sobre cada artista e sua criação durante o passeio, que terá duração aproximada de 4h. A participação exige inscrição prévia através do link disponível no Instagram do projeto (@ocre.arte). Outra visita, exclusiva para crianças de escolas públicas, também faz parte da programação.
Os 16 artistas responsáveis pelas obras são Gislaine Martins (Gim), Vanusa Passos (Nus), Beatriz LuMO, Marta Henriksen (Miss), Ratos, Wagner de Oliveira Tavares (Tóxico), Gustavo Cesar Pereira (Noel), Rebeca dos Santos Pereira (Beca), Emerson Dias, Dimeh, Moai, Fabiano Carriero Eiras (Carriero), Vida do Valle Canova, Nihao, João Caçador e Katrine Santos.
Entre as obras, destacam-se: o novo banco em formato de rinoceronte de João Caçador, em frente ao MACC, inspirado em Salvador Dalí; o mural de 40 metros de Fabiano Carriero no Hospital das Clínicas da Unicamp, com mensagem de leveza e esperança; a composição geométrica e a ilusão de portal de Marta Henriksen no Terminal Campo Belo; e o trabalho de Vida do Valle Canova no Terminal Ouro Verde, que aborda as lutas íntimas e compartilhadas.
Gislaine Martins (Gim), artista visual, muralista, arquiteta e produtora cultural, é a idealizadora e fundadora do Ocre. Vivendo há 15 anos em Campinas, ela constrói seu trabalho a partir da memória afetiva e da psique humana, explorando o surrealismo, o abstrato e o figurativo em cores quentes. Com mais de 200 murais no Brasil e no exterior, Gim também possui sua marca artística e integra o coletivo de artistas do espaço cultural Fêmea Fábrica.
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