A Casa dos Saberes Ancestrais, na Unicamp, será palco da oficina cultural “Desenho Animado: Transformando História em Movimento”, uma iniciativa que convida o público a criar um curta-metragem em animação sobre o universo das plantas medicinais, unindo ciência e saberes tradicionais.
As atividades são gratuitas e abertas ao público em geral, incluindo crianças e seus responsáveis, sem a necessidade de experiência prévia em desenho ou animação.
A oficina ocorre em quatro manhãs de sábado de outubro, nos dias 4, 11, 18 e 25, sempre das 9h às 12h, no espaço localizado junto à Casa do Lago. A iniciativa é do aluno de Artes Visuais Hermes Soares Miranda, do povo Piratapuya e de nome indígena Kumuã. O projeto foi um dos selecionados pelo Edital para Ocupação Indígena na Casa dos Saberes Ancestrais da Unicamp, organizado pela Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC/Unicamp), através da Diretoria de Cultura (DCult).
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Hermes Miranda, que vive na aldeia Phosaía Pitó (médio rio Papurí, fronteira Brasil-Colômbia), explica que o projeto nasceu do desejo de valorizar a língua e o grafismo tradicional Piratapuya, adicionando a importância dos cuidados e prevenção com a saúde. A oficina busca despertar a criatividade e a reflexão nascida do diálogo entre ciência e os conhecimentos tradicionais.
O projeto conta com o apoio do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, que completou 50 anos de atividade, e de profissionais da área da Enfermagem, como a professora Thalyta Cristina Mansano Schlosser e a aluna Jussimara Cordeiro, também da etnia Piratapuya.
A equipe de trabalho visa consolidar uma parceria contínua, explorando os eixos de cultura e saúde, uma vez que Hermes já participou da criação do desenho animado “Casa das Almas”, lançado no IV Sirve – Seminário Internacional da Rede de Vulnerabilidade no LIS, em maio de 2025.
A Casa dos Saberes Ancestrais é um projeto que dá continuidade ao esforço da Unicamp em integrar as sabedorias ancestrais, como as dos povos indígenas e quilombolas. A sede da oficina ganhou seu primeiro espaço físico em 2024, próximo à Casa do Lago, e está aberta a diversas atividades, sobretudo as promovidas pela comunidade indígena presente na universidade. Hermes finaliza destacando que o projeto é uma forma de marcar a presença e o orgulho da cultura Piratapuya, buscando respeito e reconhecimento em ações abertas a toda a comunidade.
Com direção de Wilson Lazaretti (também professor do Instituto de Artes da Unicamp) e Maurício Squarisi, o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas completou 50 anos. Além das obras autorais, o Núcleo tem forte atuação no ensino, pesquisa e divulgação de técnicas de animação, tendo realizado mais de 2.500 oficinas no Brasil e no exterior, produzindo mais de 400 curtas-metragens e dois longas-metragens.
Sua proposta é que a animação seja uma forma de expressão do traço único de cada um, acessível a qualquer pessoa. O Núcleo também aprofunda sua ligação com as culturas dos povos originários, com a realização de oficinas dentro de comunidades indígenas.
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