Instituto Anelo celebra 10 anos de parceria com jazz italiano e lança single com participação de Susana Stivali

A colaboração com Susanna Stivali na gravação de “Mais nada” simboliza a conexão e o afeto construídos entre a artista e o instituto campineiro. A gravação foi realizada durante a turnê de Stivali pelo Brasil em junho deste ano, solidificando a união que começou em 2015, quando Luccas Soares conheceu a cantora na primeira participação do Anelo no festival italiano.

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Desde então, Susanna Stivali tem acompanhado de perto as atividades do Anelo, visitando a instituição regularmente e ministrando masterclasses durante o festival de música que acontece na sede no Jardim Florence, distrito de Campo Grande, em Campinas.

Susanna Stivali já se apresentou em diversos países, incluindo Europa, Estados Unidos, África do Sul, Moçambique, Tailândia e Indonésia. Sua ligação com o Brasil é particularmente forte, tendo gravado um álbum dedicado a Chico Buarque (“Caro Chico”, 2015), com a participação do próprio artista, e também com o grupo Trio Corrente.

“Os músicos de jazz gostam muito da bossa nova. Meu primeiro contato com as obras do Brasil foi com versões de cantoras de jazz como, por exemplo, Ella Fitzgerald, que fez um maravilhoso álbum cantando composições de Tom Jobim em inglês. Assim como a primeira vez que eu ouvi algo de Djavan foi em um projeto de Sarah Vaughan, cantando Djavan”, compartilha a artista.

Motivada a se aprofundar na cultura brasileira, Susanna iniciou suas visitas ao país há 15 anos, dedicou-se a aulas de percussão brasileira e incorporou essa influência em seu trabalho. “Nasceu aí um grande amor pela música brasileira. Descobri que não é só bossa nova, há um mundo de estilos. Todos os músicos do mundo deveriam estudar a música brasileira.”

Susanna relembra o primeiro encontro com o Anelo ocorreu durante a primeira participação do instituto no festival de Arcevia, em 2015. “Comecei a vir ao Brasil mais frequentemente, e essa relação com o Anelo cresceu. Foi maravilhoso conhecer o instituto, ver as coisas que faz na comunidade onde está. Isso não ocorre na Itália, e é muito precioso.”

A cantora italiana destaca que o amor dos alunos pela música e a sede de aprender foram os aspectos que mais a impressionaram no Anelo. “Vi uma curiosidade para saber coisas de outro país, que é muito importante. Você pode sentir que é uma comunidade, e que utiliza a música como uma linguagem de amor”, avalia.

Sobre a gravação da composição de Luccas Soares, Susanna conta que foi um processo natural, fruto de conversas anteriores sobre projetos conjuntos. “Fiz alguns shows com o Anelo, até dei aula lá, mas essa é a primeira vez que eu vou gravar uma música do fundador do instituto”.

Luccas Soares explica que a inspiração para a composição surgiu enquanto se preparava para uma viagem à China. “A ideia era representar a música brasileira, levar algo de Bossa Nova, por ser um dos estilos musicais brasileiros mais conhecido fora do país, mas ouvi também ritmos que tivessem a ver comigo, com minha textura vocal. Nisso, ouvi muito Emílio Santiago, especialmente um repertório em bolero, e tive a inspiração para compor”.

Luccas também ressalta o arranjo coletivo, desenvolvido em parceria com os produtores musicais Deivyson Fernandez e Fernando Baeta, ambos atuantes no Anelo. A gravação contou com a participação de músicos como Pepa D’Elia, baterista do Toquinho; Bruno Piapara, ex-aluno do Anelo e multi-instrumentista que colabora com artistas como Sandy e Família Lima; e Gê Ribeiro, um trompetista de primeira.