Chegando a Campinas pela sua principal entrada, vindo pela rodovia Anhanguera ou pela rodovia Santos Dumont, destaca-se na paisagem um empreendimento imponente. O Royal Palm Hotels & Resorts, hoje um complexo com resort de alto luxo, Centro de Convenções e dois hotéis, não apenas chama a atenção neste entrocamento logístico tão importante, quanto é parte integrante da história recente desta cidade que chega aos seus 250 anos em 14 de julho de 2024.
O empreendimento, que vem expandindo e diversificando suas atividades nas últimas décadas, é hoje uma referência nacional nas áreas de eventos e turismo para negócios e lazer.
E tudo começou lá no início dos anos 1970, quando uma rede famosa de hotéis decidiu construir sua primeira unidade no Brasil em Campinas vislumbrando, já naquela época, o potencial desta que é uma das regiões mais importantes e estratégicas do país.
Origens
A história do empreendimento se inicia quando a Holiday Inn International decide pela construção do Holiday Inn Campinas, primeiro hotel da cadeia no Brasil. A pedra fundamental foi lançada em novembro de 1972, e o hotel inaugurado em 26 de junho de 1974. Naquela época, o hotel tinha 103 apartamentos.
Foto: Holiday Inn nos anos 1970 / acervo Grupo Royal
Desde o início de suas atividades, recebeu inúmeros hóspedes ilustres, entre eles os presidentes Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo, o cientista Jacques Costeau, o príncipe Dom Luís de Orleans e Bragança, e astros do esporte da época como Zico, Sócrates e Carlos Alberto Silva, e da música, de Roberto Carlos a Ney Matogrosso. A posição como principal hotel da região já estava fortalecida.
Fotos: personalidades que passaram pelo hotel/acervo Grupo Royal
Adquirido em 1977 por David Zeckser, então diretor para expansão de negócios da cadeia norte-americana para a América do Sul, e Franklin Reider, na época diretor do banco Chase Manhattan, o hotel foi remodelado e ampliado para 125 apartamentos, recebendo a classificação 5 estrelas da Embratur, em 1979.
Em outubro de 1985, o hotel desvinculou-se da Holiday Inn e nasceu a nova marca: The Royal Palm Plaza Hotel & Racquet Club. O nome foi inspirado nas grandes e suntuosas propriedades da Flórida e Califórnia (EUA), uma influência natural dada a origem dos antigos proprietários e também pela arquitetura hispânica do prédio.
Grupo Arcel e nascimento de um sonho
Foto: The Royal Palm Plaza em 1997/acervo Grupo Royal
Em 1997, o The Royal Palm Plaza foi adquirido pelo Grupo Arcel, liderado pelo empresário Armindo Dias. Apesar de ter passado por algumas reformas, o hotel tinha a estrutura pensada nos anos 1970. Nos anos 1990, Campinas havia passado por uma nova fase de crescimento e investimentos, e havia a carência por um empreendimento de nível internacional. O sonho era transformar aquele produto em um dos melhores e mais completos hotéis do Brasil. Um sonho considerado ousado naquele momento.
Assim, ficou decidido que todas as áreas sociais do hotel iriam ser construídas novamente: lobby, restaurante, piscinas, bares, áreas de lazer e de convenções. Depois, seriam demolidas as antigas para, no local, erguerem-se novos apartamentos. Tudo isso sem parar de funcionar! Foi elaborado um plano diretor, dividido em três fases, que exigiu lobby temporário, restaurante e até cozinha temporários. As três fases desse plano diretor foram definidas para os anos de 1999, 2001 e 2003, e seguidas rigorosamente.
Foto: Royal Palm Plaza em 2001/acervo Grupo Royal
Quando a primeira fase ficou pronta, foi demolida toda a antiga área de lazer do Royal Palm Plaza. No local das antigas piscinas e quadras, foi erguida uma nova ala com 66 apartamentos. Entretanto, o sucesso do hotel no ano 2000 empolgou os proprietários a atualizarem o plano diretor para uma imponente torre com 156 quartos, salão de eventos com 720 m2, heliponto com sala vip de espera, a adega Cave do Douro e a capela Nossa Senhora da Conceição.
Casa de Campo
Em 2003, o sonho de transformar o Royal Palm Plaza em um dos melhores e mais completos hotéis do Brasil estava realizado, mas na primeira década deste século, a transformação do segmento hoteleiro foi intensa, com a abertura de diversos novos resorts, e era preciso aumentar significativamente a área verde para poder posicioná-lo como resort, além de criar um spa de padrão internacional, bem como atender a influência crescente dos filhos no processo de decisão de escolha do hotel. Ainda havia a necessidade de mais espaço para eventos e um local com vocação para festas e grandes celebrações. Assim nasceu o projeto Casa de Campo, que foi inaugurado em janeiro de 2005, trazendo o spa, o Miniville, Kata Kuka (áreas infantis), além do novo salão de eventos. Um marco na história do complexo, que dobrou o tamanho do empreendimento, e permitiu sua entrada na Associação Brasileira de Resorts.
Foto: Já com a Casa de Campo, em 2005/acervo Grupo Royal
The Palms e mais expansão
Não muito tempo após a Casa de Campo ficar pronta, já se pensava em novas oportunidades diante da dinâmica do segmento. Para manter a liderança no mercado de eventos eram necessários mais apartamentos.
O resort continuou sendo expandido no início dos anos 2000 até ocupar completamente o terreno de sua propriedade. Conseguiu continuar a expansão adquirindo um antigo prédio contíguo que pertencia ao Banco ABN (construído nos anos 1980 para receber o mainframe, enormes computadores, e estava sem uso há alguns anos), entre 2006 e 2007. Para reduzir o impacto ambiental, decidiu-se por uma demolição parcial e a criação de um jardim interno como solução para a edificação. O trabalho e tempo levados para a obra foi maior do que seria com uma demolição completa e reconstrução, mas a questão da sustentabilidade falou mais alto.
Assim, em 2009, o hotel boutique The Palms foi inaugurado com 116 apartamentos e totalizando o Royal Palm Resort em 500 unidades habitacionais. Em 2010, foi inaugurado o restaurante Terraço Gourmet, aumentando ainda mais as opções gastronômicas do empreendimento. Já em 2014, o parque aquático do resort foi duplicado.
E um marco importante também em 2014: o hotel foi a sede da seleção portuguesa durante a Copa do Mundo de futebol realizada no Brasil, com a presença da grande estrela do time e do futebol mundial, Cristiano Ronaldo.
Foto: Cristiano Ronaldo cumprimentando Sr. Armindo Dias/acervo Grupo Royal
Complexo de eventos – Royal Palm Hall e novos hotéis
Com o lançamento da pedra fundamental do Royal Palm Hall em maio de 2015, o complexo de eventos do grupo marcou a nova e atual fase do Grupo Royal Palm Hotels & Resort.
Segundo o diretor executivo, Antônio Dias, em 2009 havia uma carência no Brasil por um Centro de Convenções com hotelaria. O projeto começou a ser desenhado em 2011 e foi um longo processo.
Inaugurado em 2018, o Centro de Convenções Royal Palm Hall tem 4.500 m2 e capacidade para cinco mil pessoas em auditório e 3.500 em refeições, sendo o maior ballroom do Brasil. Em formato para show, a capacidade chega até nove mil pessoas. Todo o Centro de Convenções tem 44 mil m² de área construída, com 51 espaços de eventos destinados para os mais diversos formatos e 13.500 m² de salas e foyers.
O complexo de eventos Royal Palm Campinas é formado ainda pelos hotéis The Palms, Royal Palm Tower Anhanguera e Hotel Contemporâneo, que, assim como o Centro de Convenções, estão localizados bem em frente ao resort, sendo concluído 100% em 2019.
Foto: Centro de Convenções e todo complexo, em 2018, na fase final das obras/arquivo
Legado de Armindo Dias
Foto: o empresário Armindo Dias/acervo Grupo Royal
Toda essa história pode ser considerada parte do legado do empresário Armindo Dias. Parte do legado porque, em mais de 50 anos de trabalho, Armindo construiu diversas empresas. Nascido em Portugal, ele imigrou para o Brasil em 1956 para tentar a sorte no país, trazendo apenas a força do trabalho. E trabalhou em diversos locais, inclusive alguns anos na Bahia, até se estabelecer em Campinas, em 1964, pois via no interior paulista um celeiro de oportunidades. Começa aí sua longa história de empreendedorismo e relação com a cidade.
Abriu a Doces Campineira nos anos 1960, e três décadas depois era uma das principais empresas de biscoitos do Brasil, alcançando, em 1992, o título de líder nacional com sua marca Triunfo. Empregava pouco mais de 50 funcionários no início, e chegou a gerar mais de 1.500 empregos diretos. E a produção de 10 toneladas cresceu para 300 toneladas.
Em 1997, Armindo toma a decisão de vender a Companhia Campineira de Alimentos, a Triunfo, e muda completamente de segmento. Aos 65 anos de idade, ele começa uma nova e impressionante empreitada. De industrial vai para o segmento de serviços com a compra do hotel Royal Palm Plaza, e para o segmento de concessionária de veículos, pela aquisição da Tempo. Assim, nasce a Arcel S.A Empreendimentos e Participações, que faz a junção dos nomes Armindo e Célia, sua esposa, com quem teve quatro filhos.
Foto: família reunida no lançamento do livro “Armindo Dias – Uma vida de dedicação a Deus, à família e ao trabalho”, de autoria do jornalista Elias Award, em 2015/acervo Grupo Royal
O empresário faleceu em maio de 2018, aos 86 anos de idade, de causas naturais, mas pôde ver parte do complexo inaugurado, o Centro de Convenções Royal Palm Hall.
Antônio Dias, uma nova geração
Foto: Antônio Dias/acervo Grupo Royal
Desde o início à frente do The Royal Palm Plaza, Antônio Dias, um dos filhos do Sr. Armindo, hoje diretor executivo do grupo, gosta de falar sobre como o pai entrou no segmento da hotelaria. Ele conta que, ao vender a indústria alimentícia a outra gigante do setor, não poderia continuar no segmento devido à cláusula de não-concorrência. Está no papel, mas, em geral, não é o que se pratica, de fato, no mercado. Não foi o que aconteceu com Sr. Armindo. Português, ao estilo que honra o combinado, o “fio do bigode”, foi mesmo procurar outra coisa pra fazer da vida.
“Isso é muito raro, raríssimo, no mercado. E mudou de ramo aos 65 anos. Ele acreditava que parar de trabalhar era o início do envelhecimento, gostava de gerar emprego, nunca se viu não trabalhando”, relata o filho.
E o hotel estava à venda há algum tempo. Eis a oportunidade.
Antônio Dias conta que sempre houve a visão de expansão, mas nunca imaginaram que o empreendimento fosse chegar no tamanho que chegou. De 125 quartos no início, hoje são 1.036 no complexo todo.
“O projeto inicial do resort era ter 300 quartos. Fomos entendendo a necessidade e nosso nicho de atuação, e foi muito legal a receptividade do mercado”, comenta.
Desafio da pandemia e momento histórico
Segundo ele, em toda a trajetória do empreendimento, o momento mais desafiador foi o da pandemia. O complexo tinha acabado de ser inaugurado e já estava dando resultado, com muitos eventos agendados em 2020. “Era o ano dos resultados. Foi terrível. O segmento de eventos foi mais afetado do que o de lazer. O Centro de Convenções ficou 18 meses fechado. Aconteceram coisas que nunca imaginamos, como o plano de desligamento voluntário de colaboradores. Foi dramático, mas o mercado de eventos é resiliente, e sempre acreditamos que evento é presencial, que o ser humano precisa da conexão, e foi o que aconteceu, o retorno também foi muito rápido”, explica.
Hoje, o empresário conta que o momento é muito positivo, que o mercado entendeu a ideia de que o complexo oferece todas as combinações possíveis para um evento, com possibilidade de hotéis com perfis diferentes, desde o resort até o econômico, e a vantagem de ser apenas um operador para fazer todas as adaptações necessárias. Além de outra grande vantagem: a localização da cidade, com a logística das estradas e o Aeroporto Internacional Viracopos.
Tanto que, de acordo com Dias, o primeiro semestre de 2024 já foi o melhor da história do grupo. A meta de 2024 é atingir um faturamento de R$ 300 milhões, e até junho foram R$ 180 milhões. “É histórico. Chegamos na curva de maturação do complexo e é muito satisfatório ver que está atingindo todo esse sucesso”, finaliza.
Foto: show no Royal Palm Hall, Já passaram vários artistas nacionais pelo palco do local, como Roberto Carlos, Marisa Monte, Caetano Veloso, entre tantos outros, e ainda sediou o primeiro show da turnê em comemoração dos 50 anos da dupla Chitãozinho & Xororó/acervo Grupo Royal
Assim, todo o espírito de inovação e empreendedorismo daquele imigrante português visionário e trabalhador segue vivo, com a nova geração de liderança fazendo história nesta cidade que também cresceu, tornando-se uma metrópole que celebra o seu 1/4 de milênio.
-Área do complexo: 140.000 metros quadrados;
-Número de empreendimentos em Campinas: 5 empreendimentos – Royal Palm Plaza Resort, Boutique Hotel The Palms, Hotel Contemporâneo, Royal Palm Tower Anhanguera e Royal Palm Hall;
-Restaurantes: também abertos ao público da RMC – Bistrô La Palette, Vila Royal, Amati Restaurante, Café Autêntico, Restaurante Contemporâneo, Bar Pessoa e Adega Cave do Douro;
-Número de colaboradores: aproximadamente 950 colaboradores em Campinas.
Mais informações:
Site: royalpalm.com.br / Instagram: @royalpalmhotelsresorts / @royalpalmplazaresort
Telefones: (19) 2117-8000 / Central de Vendas: 0800.727.6925 / (19) 2117-8002
Newsletter:
© 2010-2025 Todos os direitos reservados - por Ideia74