(*) Por Sandra Racy
De onde vem o café que tomamos nas cafeterias de Campinas? Essa é uma pergunta que talvez os que apreciam uma boa bebida podem fazer. Bem, eu digo que boa parte é do estado de Minas Gerais, além do Espírito Santo e também de São Paulo. Mas o que a maioria não deve imaginar é que parte considerável do café especial que tomamos tem produção feminina.
Hoje o cultivar do café se espalha por várias regiões de Brasil, somos o país do café, sim, podemos afirmar isso, e podemos afirmar que o estado de Minas Gerais, por suas condições geográficas e climáticas, além da união dos cafeicultores, ainda é referência no cultivar.
Mas vale destacar o café especial produzidos pelas mulheres. Nas associações, mão de obra e gestão femininas só aumentam.
A AME Café – Associação das Mulheres Empreendedoras do Café da Serra da Mantiqueira é um bom exemplo de como o número de mulheres no café tem aumentado e a forma como se organizam para se apoiarem, trocar informações e benefícios e vender seus cafés para as metrópoles, como a cidade de Campinas.
A associação foi criada em julho de 2017 por um grupo de mulheres que viram a necessidade de se unirem em torno de objetivos em comum. A valorização do café e a paixão pelos cafés especiais fez as associadas aumentarem e também os cursos e treinamentos para melhorar o desempenho. Vale destacar que o que é produzido por elas muitas vezes chegam não apenas até grandes cidades brasileiras, como também vai para o exterior.
Para Simone de Moraes Sousa, presidente da Associação, isso tudo é resultado da dedicação pelo cultivar. “ Nossa paixão só aumenta e, apesar dos percalços, o amor não diminui”, diz.
Hoje a Ame Café tem suas associadas em sua maioria localizadas nos municípios de Lambar, Cambuquira, Cristina, Olímpio Noronha, Jesuânia, São Gonçalo do Sapucaí, Pedralva, Conceição das Pedras, Carmo de Minas, todas em Minas Gerais.
São décadas de dedicação dessas mulheres e hoje chegamos até a ver o resultado desse amor transmitido em família. “ Ver o meu neto Rodrigo Tinôco me ajudando e provando café é algo que não tem preço”, destaca a presidente da AME.
Acredito que seja esse amor em família e pelo cultivar que ajude, inclusive, na qualidade dos cafés, que são oferecidos nas melhores cafeterias e comércios dos segmento.
Em uma conversa rápida, podemos notar que elas se consideram um grupo de pequenas produtoras, e de cafés com características semelhantes. “Com nossa altitude e clima, nos caracterizamos por uma cafeicultura de montanha, e, assim, somos capazes de produzir cafés especiais surpreendentes”, explica Simone.
Então, vamos continuar degustando essas delícias, mas agora com informação sobre a procedência e das histórias que perpassam essas vivências.
Fotos: AME e acervo pessoal
(*) Sandra Racy é jornalista e barista
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