Foto – crédito: Sebastian Olényi/divulgação
O bloco BerraVaca, o mais antigo do distrito de Barão Geraldo, onde está localizada a Unicamp, comemora 24 anos em 2023. Como já é tradição, o primeiro desfile será no domingo de pré-Carnaval, dia 12 de fevereiro, das 17h30 às 23h30, e depois vai encerrar a folia campineira na terça-feira, dia 21, já entrando na quarta-feira de Cinzas, das 22h às 3h.
Conhecido pela irreverência, criatividade e a estrutura pequena, com estandartes e a tradicional ‘vaca elétrica’, o bloco comemora o retorno da folia após a pandemia. “Em 2023, tanto nas nossas saídas como o tema será a volta do Carnaval, depois destes anos de ‘trevas’, caos e desgoverno”, comentou o fundador Inácio Azevedo.
Entre as atrações também estão as boneconas vindas do Pará. Já as músicas são divididas em vários ‘blocos’ (hinos, circo, frevos), e, segundo Azevedo, no ‘bloco da praia’, terá performance com pranchas que estarão “deslizando na crista das ondas”.
A concentração será na praça Ângelo Carlini (praça Sibipiruna), seguindo pela avenida Santa Isabel, rua Lucinda Carvalho Marquês até o ‘canto do acarajé’.
História
Foto: Carnaval de 2012
Desde 1999, o bloco mais tradicional do distrito é composto e mantido por voluntários de diversas áreas de atuação e ligados ao reduto cultural de Barão Geraldo. A proposta é resgatar um pouco da leveza dos carnavais. A sua criação foi muito rápida. Inácio conta que estava com um colega tocando algumas marchinhas na varanda de casa junto de outros amigos quando decidiram montar um bloco de Carnaval. Também juntaram os grupos Saia Rodada e Choro da Vila e, assim, surgiu o BerraVaca.
No início atraía mais a participação de moradores e pessoas ligadas ao distrito. Nos últimos anos tem contado com a integração do público de outras regiões de Campinas e mesmo de outras cidades do entorno.
A origem do nome faz alusão à lenda mais popular de Barão Geraldo, e também da cidade, a história do “Boi Falô”, que nasceu em 1888, na fazenda Santa Genebra, de propriedade do Barão Geraldo de Rezende. Diz a lenda que um dos escravos que trabalhava nas plantações de cana-de-açúcar e café foi obrigado pelo capataz a ir ao pasto e atrelar um boi para arar a terra, era uma Sexta-feira Santa. Esse escravo, Toninho, foi então colocar a canga no animal, que estava deitado sob uma frondosa árvore. O boi não saia do lugar. Então, o animal olhou para o escravo, deu um mugido alto e disse: “hoje é dia santo, é dia do Senhor, não é dia de trabalho”. O escravo saiu correndo para sede da fazenda, gritando: “o boi falô, o boi falô!” O capataz ainda teria tentado castigar Toninho pela insubordinação, mas ele correu para a casa grande à procura do Barão, que, ao ouvir seu relato, teria lhe dado razão e ordenado que ninguém trabalhasse naquele dia. O escravo passou a trabalhar dentro da casa por muitos anos, até sua morte, e, em consideração aos seus bons serviços, acabou sendo enterrado junto ao túmulo do Barão, no Cemitério da Saudade, em Campinas, um dos mais visitados no dia de Finados.
Bloco BerraVaca
Local: concentração na Praça Ângelo Carlini. R. Júlia Leite de Barros, 148, Vila Santa Isabel, Barão Geraldo – Campinas
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