Cultura

Museu da Cidade recebe esculturas que representam a cultura africana

2 de fevereiro de 2022

O Museu da Cidade, em Campinas, recebeu novas obras relacionadas à cultura africana. Elas foram criadas e doadas por Andrea Mendes em conjunto com o artista Samuel Pérsio. As esculturas podem ser visitadas na Casa de Vidro, que abriga o acervo do Museu da Cidade, no ambiente expositivo localizado no Parque Lago do Café. O espaço está aberto de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, e aos sábados, das 10h às 14h.

São três esculturas em madeira, em grande formato, que celebram adinkras africanas, ou seja, ideogramas. As peças foram produzidas em 2016 por Andrea Mendes, e em 2018, em conjunto com o artista Samuel Pérsio. As obras fizeram parte da mostra “Ogbon Itan, A arte e a história das Áfricas no Brasil”, exibida no mesmo ano na galeria do Sesi Campinas, juntamente às obras tradicionais e contemporâneas africanas do acervo do Instituto Cultural Babá Toloji.

Obra “Mkyinkyin”. Foto – crédito: Adriana Barão/divulgação

Para a gestora do museu, Adriana Barão, essa doação é uma das incorporações mais impactantes que o Museu da Cidade recebeu nos últimos anos, tanto no que se refere à importância conceitual quanto por suas conexões com artes visuais, mas principalmente pela conexão com a matriz africana.

Representatividade negra

O Museu da Cidade também foi o palco da primeira fase do projeto “Ocupação Escritas Ocultadas”, realizado entre agosto e dezembro de 2021, proposto pela artista Andrea Mendes, com curadoria da historiadora Sônia Fardin. Há a previsão de continuidade do projeto em 2022.

O objetivo do projeto foi provocar reflexões sobre conceitos de arte, memória e celebração, mas, principalmente, indagar sobre a diminuta e seletiva presença, nos acervos institucionalizados que documentam a história da cidade, de objetos narradores da atuação de negros como sujeitos com voz própria na criação cultural, política e científica da cidade, de acordo com a curadora.

Obra: “Akoma Ntoso”. Foto – crédito: Adriana Barão/divulgação

Andrea Mendes, artista e pesquisadora do tema, informa que as peças nomeadas de Nkyinkyim, Woforo Dua Pa e Akoma Ntoso foram concebidas principalmente como discurso artístico em diálogo com o conhecimento estético ancestral africano. “Minha pesquisa visa contribuir com a visibilização da presença potente das artes, das ciências e da ancestralidade africana na história brasileira e, portanto, em Campinas”, explica.

“A realização das peças, moldadas em madeira, realçam as técnicas e artesanias africanas que integram o cotidiano das construções populares brasileiras”, comenta Samuel Pérsio.

Na expografia de Ocupação Escritas Ocultadas, as três peças tiveram a função de ativadoras da leitura crítica do acervo documental existente no Museu da Cidade para contar a história da cidade.

Serviço:

Museu da Cidade – Casa de Vidro, no Lago do Café
Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Aos sábados, das 10h às 14h
Entrada: gratuita

Foto no alto da página: obra “Woforo Dua Pa a”. Crédito: Adriana Barão/divulgação

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