Atualizado em 26 de março
Novas medidas de restrição para conter o avanço da Covid-19 foram anunciadas em Campinas pelo prefeito Dário Saadi em transmissão ao vivo nas redes sociais na quarta-feira (24). Entre elas, barreiras sanitárias serão adotadas nas entradas da cidade e as atividades econômicas essenciais também têm alterações. As novas regras foram publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira, 25 de março, e passam a vigorar a partir de sexta, 26, e permanecem até 4 de abril.
Novas regras à fase emergencial:
-Será limitada a presença das pessoas nos comércios essenciais, como padarias, supermercados, atacadistas e comércio em geral que vendam gêneros alimentícios e produtos de limpeza, com entrada liberada de apenas uma pessoa da família no local;
-O serviço de drive thru agora fica restrito somente ao setor de alimentação. Lojas em geral estão autorizadas a atender apenas pelo delivery (entrega em casa);
-Veterinárias e petshops poderão atender apenas urgências e emergências;
-Manutenção predial também fica limitada à emergências;
-Assistência técnica só está liberada para equipamentos hospitalares e casos emergenciais, como equipamentos de trabalho (aparelhos eletrônicos, telefonia etc);
-Concessionárias de veículos não poderão mais funcionar, apenas estacionamentos de paradas de veículos (oficinas mecânicas estão liberadas).
O assessor da secretaria municipal de Justiça, Rafael Saidemberg Ottaviano, explicou que as medidas visam evitar a disseminação de vírus, por meio de regras que diminuam a circulação de pessoas na cidade.
Barreiras sanitárias
Barreiras sanitárias também serão realizadas pela Guarda Municipal, com apoio da Polícia Militar e demais órgãos de fiscalização, nas principais entradas da cidade, em avenidas de grande circulação, para abordar os motoristas e verificar se os deslocamentos são necessários, especialmente provenientes de São Paulo, uma vez que a capital adotou um mega feriado a partir de sexta-feira, dia 26 de março, até a Páscoa, 4 de abril. Não haverá bloqueio de ônibus.
Nesta sexta-feira (26), elas já começaram a ser implantadas em Campinas.
De acordo com o secretário de Segurança, Christiano Riggi, os motoristas serão questionados e orientados sobre as medidas de prevenção adotadas no município. Ele explica que não haverá restrição de ir e vir, mas orientação e conscientização da população para que se desloque somente em casos de necessidade. Caso não haja justificativa do motivo da viagem, o motorista será orientado a retornar.
No período da noite, continuam valendo as regras do toque de recolher das 20h às 5h na cidade, também com fiscalizações contínuas.
Segundo o prefeito, os municípios da Região Metropolitana de Campinas também vão adotar as barreiras sanitárias.
Lockdown e feriados
O prefeito voltou a explicar a dificuldade de implantação de lockdown. Segundo ele, o tema está sendo discutido exaustivamente há cerca de 20 dias com técnicos e prefeitos da região metropolitana. Dario explica que a cidade está muito próxima desse modelo, com diferença em alguns setores essenciais e circulação de ônibus, o que não ocorreria no lockdown.
De acordo com o prefeito, são cerca de 25 a 30 mil profissionais da saúde na cidade, e uma parcela deles usa o transporte coletivo para chegar ao trabalho. Além disso, a cidade registra um grande número de atendimento nas unidades básicas de saúde por síndrome gripal, cerca de 1.800 pessoas por dia (sem contar hospitais e rede privada), e a maioria precisa de ônibus.
Também acrescentou que a campanha de vacinação contra a Covid-19 imuniza cerca de cinco mil pessoas por dia, e muitas precisam do transporte coletivo. Segundo Dario, uma medida restritiva com o lockdown também impediria a população de ter acesso e atendimento à saúde. “Sabemos como fazer lockdown, mas a situação não é simples e há dificuldade de operacionalizar”, argumento o prefeito.
A antecipação de feriados também foi discutida entre prefeitos da região. Segundo Dario, a medida na capital paulista causou revolta no Circuito da Águas Paulista e no litoral. Ele destacou que os feriados podem levar a mais aglomerações, festas, churrascos e uso de bebida alcoólica. “Não temos clareza se as pessoas ficam em casa e não aglomeram. No Carnaval o raciocínio foi contrário, suspendemos para não ter aglomeração. Não atingimos ainda o índice de isolamento ideal, mas à noite (o toque de recolher) tem funcionado bem. A população está adotando, a gente tem que agradecer”, disse o prefeito, que afirmou ainda que uma parcela ainda não aderiu, mas as fiscalizações estão sendo feitas continuamente.
Na segunda-feira (22), o índice de isolamento foi de 39% na cidade, e na terça (23), 41%. O objetivo é chegar a mais de 50%.
Foto: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas
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