(*) Por Sandra Racy
A cidade de Campinas, por meio do Instituto Agronômico (IAC), mais precisamente do Centro de Café Alcides Carvalho, localizado na Fazenda Santa Elisa, oportuniza aos visitantes conhecer a beleza estética de quadros com desenhos de folhas, flores e frutos que tem os primeiros registros dessa memória através de ilustrações científicas de café, não só para profissionais e estudantes ligados à área, mas também para leigos que queiram conhecer um pouco mais sobre ilustrações científicas que são pouco divulgadas nas mídias.
Outra forma de conhecer mais sobre as ilustrações é o estudo feito do livro “Taxonomia de Coffea Arábica”, que foi publicado em 1938, onde a jornalista Cibele Aguiar nos brinda com o que de mais precioso a ciência e a arte pode nos trazer, ou seja, informações e beleza sobre o café que talvez poucos conheçam.
“O café sempre foi uma paixão pessoal e uma temática profissional constante. Para esse projeto pensei mostrar um lado da ciência pouco conhecido: a ilustração científica”, ressalta Cibele.
Com a força que as exposições virtuais ganharam agora com a pandemia, a comunicação traz novos contornos e não é diferente com a área da ciência do café, então, para aqueles que têm interesse em conhecer mais sobre os estudos do projeto da jornalista, onde uma folha, flores, frutos e sementes estão retratados em desenhos e aquarelas do livro, é só acessar as publicações que estão sendo feitas no perfil do Instagram @redesocialdocafe. O projeto foi desenvolvido especialmente para a rede.
Segundo Cibele Aguiar, os desenhos e aquarelas agora divulgados no Instagram são representações fiéis dos cafeeiros selecionados dentro de cada variedade. A arte era uma espécie de retrato dos exames morfológicos e pesquisas biométricas da época. Em outras palavras, uma folha, como exemplo, era detalhada depois de medições rígidas e submetidas às análises estatísticas, como o ângulo e comprimento da lâmina; largura máxima; comprimento do ápice; do pecíolo; do ângulo da nervura primária com a nervura central e o exato número de nervuras secundárias. Havia um trabalho científico intenso antes do artista se lançar à representação desta folha, dando forma visual para a compreensão e identificação de cada um dos aspectos observados, reafirma a jornalista.
Cibele Aguiar é jornalista da Universidade Federal de Lavras (UFLA), doutoranda do Programa de Pós-graduação em Política Científica e Tecnológica da Unicamp. @cibele.aguiar2
*Sandra Racy é barista e jornalista
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