Rica em vegetação e lembranças, a Fazenda Santa Margarida, localizada no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, abriga de 27 de abril a 17 de junho a Campinas Decor 2012, uma das principais mostras de arquitetura, decoração e paisagismo do interior paulista.
Totalmente repaginada, a propriedade está sendo considerada pelos organizadores como cenário de uma das mais espetaculares edições da mostra. Em 16,4 mil metros quadrados de passeio, maior metragem registrada desde a criação da Campinas Decor (em 96), os visitantes desta 17ª edição do evento terão a oportunidade de conferir as novidades e tendências do setor em meio ao charme e cultura de uma fazenda centenária.
De acordo com a assessoria de imprensa do evento, os encantos do lugar contagiaram os profissionais de tal forma que a natureza exuberante que envolve a fazenda inspirou a maior parte dos ambientes e dos 48 projetos apresentados pelos profissionais. Os amplos jardins, o casarão sede – com seus espaçosos salões e dormitórios, pé direito duplo e uma grande varanda -, a gigantesca piscina de 800 metros quadrados, o mirante, a antiga tulha e outras edificações existentes na fazenda abrigam 48 ambientes internos e externos, preparados por 82 dos principais arquitetos, decoradores e paisagistas de Campinas e região. O evento também retoma o glamour vivido nos anos 90, quando a fazenda já foi palco de grandes festas da sociedade e juventude campineiras.
São 2,6 mil metros quadrados de área construída e 13,8 mil metros quadrados de área livre, em um passeio que também inclui restaurante e café, com a proposta de ser uma opção de passeio para a família. Foram investidos R$ 8 milhões na preparação da mostra, divididos entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores. A expectativa é atrair 35 mil visitantes durante os 50 dias da exposição.
“Estamos muito felizes em atender a um desejo antigo de nosso público de que a mostra retornasse a uma fazenda. O resultado ficou espetacular e irá surpreender os visitantes”, afirma a empresária Stella Pastana Tozo, uma das organizadoras da Campinas Decor. Antes da Santa Margarida, a Campinas Decor sediou duas edições em fazendas, nos anos de 2004 (Pau D’Alho) e 1999 (Fazenda Taubaté).
Stella complementa que por ter abrigado muitos eventos sociais, a Fazenda Santa Margarida irá despertar lembranças nos campineiros que já passaram por lá e atrair a curiosidade de quem nunca chegou a visitar, pois é uma propriedade muito conhecida em toda a região. “A geração que hoje está com 35, 40 anos está ansiosa por retornar ao local”, diz.
Outra sócia do evento, Sueli Cardoso, aposta nas belezas naturais e arquitetônicas do imóvel como o grande diferencial deste ano. “O cenário original, com muito verde, inspirou os expositores, que se superaram”, afirma.
Reforma, tecnologia e sustentabilidade
Em pouco mais de dois meses de trabalho, a organização e os expositores refizeram as instalações hidráulica e elétrica, recuperaram pisos e paredes, renovaram revestimentos e imprimiram nos espaços o que há de mais moderno em tecnologia de automação residencial, luminotécnica, mobiliário, equipamentos de som e imagem, pisos, revestimentos, pinturas e paisagismo. Também aproveitaram a beleza já existente para criar a combinação perfeita entre o antigo e o moderno.
A riqueza de elementos existentes na fazenda fez com que os profissionais apostassem em ações de reaproveitamento e sustentabilidade. O estilo retrô originário do reaproveitamento de peças originárias da fazenda, como revestimentos e pisos, aparece também nos mais diversos itens, como eletrodomésticos de época, lustres de cristal e móveis antigos (ou releitura dos mesmos). As cores fortes, como amarelo, vermelho e variados tons de roxo e violeta também aparecem em diversos espaços que buscam a identidade do local. A questão da sustentabilidade está na utilização de madeira de manejo, sobras de demolição, pisos compostos por pó de pedra e armários com revestimento produzido de garrafas pet.
O paisagismo é um capítulo à parte. Os jardins e espécies já presentes na fazenda deram à tona aos profissionais, que compuseram belíssimos espaços utilizando recursos como piscinas naturais, fontes e espelhos d’água e levaram para a fazenda espécies imponentes – como palmeiras phoenix canariensis e tamareiras-, pleomeles, clusias, camélias, além de plantas comumente encontradas nas casas brasileiras, que retornam à moda, como antúrios e espadas de São Jorge.
O visitante também encontrará elementos inusitados, como uma égua árabe habitando um dos espaços da mostra.
A história fictícia da família
Como é tradição na Campinas Decor, a organização criou uma família fictícia para nortear o trabalho dos expositores na preparação dos espaços. A família 2012 é moderna e possui membros de diversas gerações convivendo na bela fazenda, cada um tem uma história particular que ajudou a compor o ambiente de acordo com o perfil e idade dos personagens fictícios. Este é outro atrativo para visitar o evento, pois dá ao público a oportunidade de conferir ideias e novidades para os mais diversos tipos de ambientes, a exemplo da foto do ambiente abaixo: Quarto do Casal.
História da Fazenda Santa Margarida
As propriedades rurais, como a Fazenda Santa Margarida, foram fundamentais no desenvolvimento do distrito de Joaquim Egídio. No início, a área era tomada pelas sesmarias – terras concedidas pelo governo português para que se desenvolvessem a agricultura, a pecuária, o extrativismo e as lavouras de café e de cacau. Joaquim Egídio de Sousa Aranha foi proprietário de grandes sesmarias na região. Suas terras, assim como de outros proprietários rurais, foram desmembradas ao longo do tempo, ganhando outras divisas e até outros nomes.
A Fazenda Santa Margarida está localizada na divisa com uma das propriedades que pertenceram a Joaquim Egídio, além de fazer divisa com outras fazendas, como a Santana da Lapa, que ainda está lá, e algumas que nem existem mais como a Fazenda da Contenda e a Fazenda Riqueza. Por isso, a origem da Fazenda Santa Margarida é cercada de ‘probabilidades’.
A partir do começo do século passado, os dados passam a ter mais consistência, pois foi quando a família Milani passou a construir uma curiosa história de vida no terreno que abriga os dois casarões, numa área que, naquela época, ocupava aproximadamente 1,2 milhão de metros quadrados. Além dos dois casarões – sendo um para sede e outro para administração –, havia casas para colonos, ranchos, estábulos e barracões, e as culturas frutíferas já faziam parte do imóvel.
Dados da família apontam que Pedro Pereira Bueno era administrador do Estado e recebeu a fazenda como pagamento. Antes dele, diz-se que lá vivia um padre chamado Abel. Curiosamente, a histórica ponte que fica em frente à propriedade e é tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) chama-se Ponte do Padre Dom Abel e serviu de passagem para transporte – em lombo de boi e tropas a cavalo – de cana e café, antes mesmo que os ramais férreos chegassem.
Construída há muitos anos sobre o Rio Atibaia com a função de ligar o então povoado de Joaquim Egídio ao caminho para Jundiaí e o porto de Santos, a ponte foi originalmente executada em pedra e madeira. Pelo que se diz, Dom Abel era devoto de Santa Margarida, e pode ter sido ele que batizou a Fazenda. Até hoje a ponte é utilizada e é um dos acessos da rodovia D. Pedro à Fazenda Santa Margarida.
Assim que a propriedade passou a ser de Pedro Bueno, não tardou que ele vendesse uma parte ao amigo José Milani. De tão amigos, passaram a morar no mesmo terreno, cada um com uma casa. A fazenda foi produtora de café e também de frutas, comercializadas regionalmente. Criavam vacas leiteiras e forneciam laticínios. Foi também José Milani que fundou a companhia Gessy Lever.
Até uma pequena olaria mantinham na propriedade. E uma fonte de água mineral ainda brota, que é engarrafada e comercializada até hoje, a Viva Leve, cujo nome é uma homenagem a Lázara, filha de Pedro Bueno, que tinha o apelido de Viva. Os filhos de Pedro e José se casaram, tiveram filhos, que tiveram filhos e foram construindo a história da Fazenda. Os proprietários mais recentes de parte da fazenda são os descendentes dos primeiros Milani.
Projeto “Novos talentos”
A organização da Campinas Decor reservou três espaços da edição 2012 para o projeto “Novos Talentos”, que já é uma tradição do evento valorizar os profissionais que estão há pouco tempo no mercado, mas têm grande potencial criador (com até dois anos de formação).
Os ambientes preparados pelos Novos Talentos são o Quarto da Bebê, assinado pela arquiteta Aline Facanali, o Lavabo, das designers de interiores Fernanda Torres e Priscilla Marques, e a Copa das Crianças, projeto da designer de interiores Ana Lucia Castro.
Sobre a Campinas Decor
Criada em 1996, a Campinas Decor consolidou-se como uma das principais mostras de arquitetura, decoração e paisagismo do interior do Estado. Ao longo dos anos, tornou-se uma grande vitrine do trabalho realizado pelos expositores, além de uma oportunidade única para fornecedores e patrocinadores divulgarem sua marca e últimos lançamentos.
As empresárias Stella Pastana Tozo e Sueli Cardoso estão à frente da realização do evento desde 2001. Em 2009, elas criaram a ExpoDecor, primeira feira do setor de construção, arquitetura e decoração da região de Campinas, que tem sua quarta edição marcada para o mês de setembro de 2012.
Nas quatro edições anteriores, a Campinas Decor assumiu também um papel social ao realizar a mostra em bens públicos tombados pelo patrimônio histórico, oferecendo como contrapartida a recuperação desses imóveis. Foram recuperadas instalações da antiga Estação Guanabara (2008), Instituto Agronômico de Campinas (2009 e 2010, em espaços diferentes) e Estação Cultura (2011).
Os excelentes resultados obtidos ao longo dos anos trouxeram a parceria e a obtenção de patrocínio junto a grandes empresas.
Números:
Investimentos: R$ 8 milhões
Área total: 16,4 mil metros quadrados
Área construída: 2,6 mil metros quadrados
Área livre: 13,8 mil metros quadrados
Ambientes: 48
Expositores: 82
Empregos gerados na obra: 1.500
Empregos gerados durante o evento: 150
Fornecedores: 1.200
Campinas Decor 2012
Local: Fazenda Santa Margarida – saída do km 122 da Rodovia D. Pedro I (Rua Rubens Gomes Balsas, 311, distrito de Joaquim Egídio, Campinas – Rodovia Dom Pedro I)
Data: de 27 de abril a 17 de junho
Horários: de terça a sexta-feira, das 14 às 22 horas; sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 22h; a bilheteria fecha sempre às 20h30
Ingressos: R$ 30; estudantes e idosos pagam meia, R$ 15, e crianças até 12 anos não pagam
Passaporte Campinas Decor: R$ 50 com visitas ilimitadas
Informações: (19) 3255-7744
Fonte: assessoria de imprensa
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